Economia

Julgamento sobre antigos planos econômicos pode jogar país na recessão

Nervosismo aumenta na véspera do início do julgamento da correção aplicada às cadernetas de poupança por planos econômicos das décadas de 1980 e 1990. O governo teme que decisão cause colapso no crédito e jogue o país na recessão

postado em 27/11/2013 06:04
Fux: filha do ministro trabalha em um escritório envolvido na causa

O governo vive um clima de intenso nervosismo por causa do julgamento de planos econômicos das décadas de 1980 e 1990, que começa hoje no Supremo Tribunal Federal (STF). A equipe econômica, mobilizada nas últimas semanas para impedir o revés do sistema financeiro, calcula que a fatura da derrota pode chegar a R$ 190 bilhões. Além dos bancos, que podem ser condenados a pagar R$ 150 bilhões aos depositantes em cadernetas de poupança, na época, os fundos de pensão teriam que arcar com R$ 40 bilhões. Os danos colaterais no mercado de crédito e na arrecadação de impostos teriam potencial para jogar o país na recessão em um ano eleitoral. Ontem, dois ministros da Corte se declararam impedidos de decidir, e um terceiro pode não participar do segundo dia de julgamento. Há ainda uma forte pressão para que o exame do caso seja adiado.



[SAIBAMAIS]Os ministros Luís Roberto Barroso e Luiz Fux comunicaram ao presidente do STF, Joaquim Barbosa, que não vão participar do julgamento. Assim, a sessão será realizada com nove dos 11 magistrados. Como os debates devem se estender por, pelo menos, mais um dia, há a possibilidade de o quórum diminuir para oito integrantes na quinta-feira, uma vez que Teori Zavascki precisará se ausentar.

;Estou impedido. Advoguei em um processo;, informou Roberto Barroso. Já Fux não divulgou o motivo, mas é possível que o magistrado se ausentará no plenário porque o escritório de Sergio Bermudes atuará no caso em prol dos bancos. Fux é amigo do advogado, e Marianna Fux, filha do ministro, trabalha no escritório dele.

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