Vera Batista
postado em 03/12/2013 06:04
O número de pessoas que atravessaram as fronteiras de seus municípios com a finalidade de trabalhar ou estudar cresceu de 7,4 milhões, em 2000, para 15 milhões, em 2010. No passado, o movimento migratório era comum entre as pessoas de baixas escolaridade e renda, mas, agora, são os profissionais com formação de nível superior que saem de suas localidades de origem. Divulgado ontem, o estudo Cidades em movimento: desafios e perspectivas das políticas públicas, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apontou ainda que Brasília foi a cidade que mais atraiu diplomados três anos atrás: 42,9 mil imigrantes com esse perfil, ou seja, 17,3 mil a mais que a quantidade de emigrantes.As cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro foram as principais ;exportadoras de cérebros; para a capital federal: da primeira vieram 122 mil diplomados e da segunda, 20,2 mil. Essas pessoas chegaram a Brasília atraídas, sobretudo, pelas oportunidades no funcionalismo público ; lideram a lista dos queridinhos os órgãos chamados de elite, como Ministério Público da União (MPU), Banco Central, Tribunal de Contas da União (TCU), Tesouro Nacional, Senado e Câmara dos Deputados. ;Esses deslocamentos apontam que o dinamismo da economia brasileira favorece a mobilidade, a formação escolar, a capacitação profissional e a inserção no mercado de trabalho;, explicou Marcelo Neri, presidente do Ipea e ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE).
Segunda casa
O mineiro Daniel Andrade, 33, nunca havia pensado em se mudar. Mas, cinco anos atrás, o publicitário e advogado desembarcou na capital federal atraído também pela Casa do Legislativo. ;Aqui é hoje a minha casa. É a segunda, mas é minha casa;, contou ele, casado com Fernanda e que tem uma filha de 1 ano, Izabela.
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