postado em 16/12/2013 18:15
Rio de Janeiro - A Eletrobras deve encerrar 2013 com investimentos executados de R$ 11 bilhões, o que equivale a 82% do orçamento inicial previsto em torno de R$ 13,4 bilhões, disse nesta segunda-feira (16/12), no Rio, o presidente da holding do setor elétrico, José da Costa. Esse é, segundo ele, ;o maior investimento da história; da estatal.Costa explicou que até outubro, os investimentos feitos, incluindo recursos corporativos (efetuados apenas pelas empresas do grupo Eletrobras) e os implementados em parceria com o setor privado, somaram R$ 7,6 bilhões, ou o equivalente a 57% do orçamento total. Costa estimou que até dezembro serão aplicados mais R$ 3 bilhões. ;Pode ser um pouco mais ou um pouco menos;.
Dos R$ 11 bilhões em investimentos que serão executados este ano, R$ 6 bilhões envolverão projetos corporativos e R$ 5 bilhões resultarão de parcerias com a iniciativa privada. Dentro do setor corporativo, R$ 600 milhões serão aplicados em infraestrutura, R$ 1,4 bilhão em distribuição de energia, R$ 6,5 bilhões para geração e o restante para transmissão.
Para 2014, a expectativa é que os investimentos repitam o valor projetado para 2013, de R$ 13 bilhões, sendo divididos 60% para projetos corporativos e 40% em parceria. Do valor corporativo, a maior parcela (R$ 6,5 bilhões) deverá ser aplicados no segmento de geração.
Em relação ao prejuízo líquido consolidado de R$ 915 milhões, apurado no terceiro trimestre deste ano, contra um lucro de R$ 1 bilhão observado no mesmo período do ano passado, o presidente da Eletrobras indicou que esse déficit deverá ser revertido no próximo ano. Segundo a empresa, o prejuízo foi influenciado pela renovação antecipada das concessões, que diminuiu as tarifas de geração e transmissão da estatal.
O Plano Diretor de Negócios e Gestão da empresa prevê investimentos, de 2013 até 2017, de R$ 52,4 bilhões, ou cerca de R$ 11 bilhões por ano. José da Costa informou que desse montante, R$ 32,1 bilhões já estão contratados e a parcela restante (R$ 20,3 bilhões) está por contratar nos novos leilões.
A Eletrobras registrou em 2013 um desempenho considerado positivo em termos de redução de custos, a partir da implementação do plano de negócios. A expectativa é que mais de 5 mil empregados adiram ao Programa de Incentivo ao Desligamento, ou o correspondente a quase 20% do total de funcionários do sistema. Até o momento, 4,4 mil pessoas se inscreveram no programa. Costa avaliou que essa redução de custos acaba refletindo também em redução de gastos com serviços.
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Acrescentou que o compartilhamento dos serviços e de toda a infraestrutura das empresas ligadas à holding terá um papel importante a cumprir nesse processo. Nesse sentido, a Eletrobras está estudando a possibilidade de reunir todas as empresas do grupo e a parte administrativa do Centro de Pesquisas (Cepel) em um único endereço. Serão unificados todos os escritórios situados no Rio de Janeiro e em Brasília, o que trará redução ainda maior de custos, além de aumento da receita, segurança e desenvolvimento tecnológico.
Costa admitiu que um projeto viável envolve a construção de um novo prédio no local onde já funciona Furnas, em Botafogo, na zona sul do Rio, para viabilizar a transferência de todo o pessoal do grupo. Deixou claro, porém, que a obra não será feita pela Eletrobras, mas por uma das fundações ligadas à estatal (Fundação Real Grandeza ou Fundação Eletrobras de Segurança Social-Eletros). ;É um projeto de sinergia, de interação e compartilhamento;, disse.
No primeiro ano após a vigência da Lei 12.783, que prorrogou as concessões e reduziu as tarifas de energia, o Brasil está atingindo em torno de 125 mil megawatts (MW) de geração de energia, dos quais a Eletrobras participa com cerca de 43 mil MW em operação, ou 35% do total. ;No caso da estatal, [são] mais de 90% dessa participação com fontes limpas;, destacou Costa. Mais 23 mil MW se referem a novas usinas, em construção, dos quais 12 mil MW englobam projetos da própria empresa. Os demais são feitos em parceria com o setor privado.
Costa defendeu a manutenção desse modelo, no qual a Eletrobras é sócia minoritária, porque tem menos amarras, aumenta o investimento e dá mais velocidade ao projeto. Com os novos 12 mil MW em usinas pertencentes à estatal, a Eletrobras vai atingir, entre 2016 e 2017, 55 mil MW. ;Esse número é maior do que a potência de todos os países da América do Sul, da América Central, do Caribe e da África;.
Em transmissão, o Brasil está alcançando 111 mil quilômetros de linhas, dos quais 57 mil quilômetros pertencem à Eletrobras. ;Nós estamos envolvidos na construção de mais de 10 mil quilômetros de linhas;. Isso resulta em uma participação superior a 55% ao existente no Brasil. Em distribuição de energia, a perspectiva é ligar160 mil novos consumidores nas seis distribuidoras do grupo.