Nova York - A Rússia e as potências ocidentais trocaram acusações no Conselho de Segurança da ONU, nesta segunda-feira (16/12), pela responsabilidade dos ataques com armas químicas na Síria, após a publicação do relatório final dos inspetores das Nações Unidas que estiveram no país.
No início do debate, o embaixador russo na ONU, Vitali Tchurkin, declarou que o ataque de 21 de agosto perto de Damasco pode ter sido cometido pela oposição para provocar uma intervenção dos Estados Unidos na Síria.
"Uma provocação em larga escala foi orquestrada em 21 de agosto", afirmou, acusando Washington de ter tentado "manipular a opinião pública".
Segundo ele, o fato de o documento mencionar soldados sírios entre as vítimas de um provável ataque químico em Khan al-Assal (perto de Aleppo, ao norte) tende a "provar que não foi o governo sírio que utilizou as armas".
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De acordo com diplomatas, a embaixadora dos Estados Unidos na organização, Samantha Power, negou energicamente os argumentos de seu colega russo, repetindo que Washington "concluiu que a oposição não havia utilizado armas químicas".
Power atribui o incidente de Khan al-Assal a uma possível falsa manobra da Marinha síria, que teria usado armas químicas contra suas próprias tropas. Também de acordo com os diplomatas, o embaixador britânico Mark Lyall considerou "evidente" que Moscou queria criar confusão, em relação à participação de Damasco no massacre de 21 de agosto.
O relatório final dos inspetores da ONU, publicado na última quinta-feira, conclui que, na Síria, houve um uso provável, ou certeiro, de armas químicas em cinco instâncias durante o conflito. O texto não aponta, porém, os responsáveis, já que não estava previsto na missão.