Economia

Investimentos em logística devem totalizar R$ 114 bilhões entre 2014 e 2016

Ele tomou por base o sucesso observado nos recentes leilões de rodovias e aeroportos. Os investimentos projetados para logística no período atingem R$ 114 bilhões

postado em 18/12/2013 18:45
Um crescimento muito forte dos investimentos em infraestrutura no próximo triênio, compreendido entre 2014 e 2016, é a aposta do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de acordo com o planejamento estratégico da instituição. O setor de logística lidera esse processo, disse nesta quarta-feira (18/12), no Rio de Janeiro, o presidente do banco, Luciano Coutinho. Ele tomou por base o sucesso observado nos recentes leilões de rodovias e aeroportos. Os investimentos projetados para logística no período atingem R$ 114 bilhões.

Segundo o presidente do BNDES, as concessões são fundamentais para acelerar a trajetória do investimento no país. Informou que as concessões feitas no segundo semestre deste ano já agregaram em logística mais R$ 30 bilhões em contratos e investimento para o ano que vem. Coutinho estima que a média de novos investimentos em concessões será R$ 80 bilhões por ano, talvez já a partir de 2015. ;Quanto mais, melhor. Quando mais rapidamente consigamos pôr em marcha o ciclo ascensional de investimentos em infraestrutura logística, melhor para a economia brasileira, porque vai aumentar o nível de eficiência da economia;, disse.

Outros segmentos dentro da área de infraestrutura que deverão receber investimentos de porte até 2016 são energia elétrica (R$ 134 bilhões), também devido aos leilões promovidos pelo governo; telecomunicações (R$ 93 bilhões), superando os patamares mínimos exigidos pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel); e saneamento (R$ 27 bilhões), evidenciando crescimento rápido dos investimentos públicos. ;Nós esperamos também que os investimentos em transportes públicos se acelerem na segunda metade do ano que vem;, estimou.

Coutinho lembrou que esses investimentos exigem créditos de longo prazo, com média de 20 anos a 25 anos, com períodos de carência também longos ;para que os projetos amadureçam;. Ressaltou a necessidade de criação, no Brasil, de uma poupança de longo prazo ;para abastecer o funding (recursos) do sistema financeiro, para que seja possível ele financiar projetos de longo prazo, com taxas compatíveis com a natureza desses projetos de longa maturação;.



O presidente do BNDES destacou, nesse campo, o papel do mercado de capitais, com ênfase no mercado de debêntures, para ;ser um vetor de desenvolvimento do financiamento privado de longo prazo;.

Na área da indústria, a expectativa de investimentos também é positiva para os próximos três anos. Favorece esse movimento o comportamento do mercado internacional, que se mantém estável, disse. O presidente do BNDES espera que a China, que desacelerou o crescimento, sustente uma expansão moderada, porque isso ajuda as exportações brasileiras de commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado exterior) e permite investimento em algumas cadeias produtivas, como as de celulose e papel e mineração.

No mercado interno, Luciano Coutinho ressaltou os investimentos projetados para o setor automotivo (R$ 45 bilhões), com empresas novas e novos polos industriais; o setor eletroeletrônico, com R$ 19 bilhões; o setor químico (R$ 18 bilhões), representado por investimentos em fertilizantes que compensam a retração observada das aplicações no campo petroquímico.

Sublinhou o grande volume de investimentos previsto também para o setor de petróleo e gás, da ordem de R$ 344 bilhões no triênio 2014/2016, ligado aos leilões feitos pelo governo e à entrada de novos operadores no mercado. Isso favorece o desenvolvimento da cadeia de fornecedores nacionais de bens de capital, equipamentos e engenharia para suprir os equipamentos necessários ao investimento.

Coutinho deixou claro que os valores anunciados para investimento representam ;o que o BNDES está enxergando a partir de volume de consultas [recebido] aqui;. Os números se referem ao valor da moeda nacional (real) em 2012. A expectativa do presidente do BNDES é que as projeções ajudem na formação do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços fabricados no país, bem como estimule o crescimento de uma poupança de longo prazo.

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