Agência France-Presse
postado em 19/12/2013 13:20
O presidente francês, François Hollande, defendeu nesta sexta-feira (19/12) o caça Rafale fabricado na França, apesar do Brasil ter optado pela compra de 36 caças Gripen, da Suécia. "Eu esperava [...] Defendo este avião e temos que vendê-lo. Mas o Brasil tinha dificuldades financeiras e queria um avião mais barato", disse Hollande em Bruxelas, onde participa na reunião de cúpula de chefes de Estado e de Governo da União Europeia.O Brasil decidiu na véspera comprar 36 caças da sueca Saab em uma bilionária licitação na qual competiram também os Estados Unidos e a França, segundo anunciou o ministro da Defesa brasileiro, Celso Amorim, após mais de uma década de discussões.
A transação está avaliada em 4,5 bilhões de dólares, segundo a Força Aérea Brasileira. Para substituir os velhos Mirage da FAB, o caça Gripen NG da Saab competia com o F/A-18 Super Hornet da norte-americana Boeing e o Rafale da francesa
A negociação do contrato entre a Força Aérea Brasileira e a Saab levará entre 10 e 12 meses, informou Amorim. A assinatura do contrato está prevista para o final do próximo ano e "48 meses depois estarão chegando os primeiros aviões", disse o comandante da FAB, Juniti Saito.
O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva chegou a anunciar, em 2009, a compra dos aviões franceses, que foram favoritos durante muitos anos, embora depois tenha recuado e deixado a decisão para sua sucessora, Dilma Rousseff.
A francesa Dassault Aviation lamentou a escolha dos Gripen, e considerou que o caça sueco é inferior ao Rafale. "Lamentamos que a escolha seja o Gripen, dotado de muitos equipamentos de origem de terceiros países, especialmente norte-americanos, que não têm a mesma categoria que o Rafale. O Gripen não é equivalente em termos de vantagens e, portanto, de preço", comentou a fabricante francesa.
Um dos principais requerimentos brasileiros é a transferência irrestrita de tecnologia para fabricar os aviões e equipar a indústria de defesa do país. No início de 2011, Dilma adiou a decisão sobre os caças por causa de cortes orçamentários, apesar de a Força Aérea insistir na urgência da decisão.