Simone Kafruni
postado em 03/01/2014 06:00
No primeiro pregão do ano, o comportamento do dólar mostrou o que especialistas anunciam há meses: 2014 será um ano de valorização da moeda dos Estados Unidos, o que pressionará ainda mais a inflação no Brasil. Depois de encerrar 2013 com um ganho de 15,3% em relação ao real, a maior alta desde 2008, quando atingiu 31,9% por conta da crise financeira mundial, a divisa subiu 1,43% ontem, e terminou o dia cotada a R$ 2,391, o valor de fechamento mais elevado desde 22 de agosto de 2013.Além de pressionar o custo de vida dos brasileiros, a elevação da moeda norte-americana vai pesar diretamente no bolso de quem tem viagem programada para o exterior. No fim de 2013, os turistas já haviam sido penalizados com a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado sobre cheques de viagem e cartões de débito usados lá fora. A alíquota do tributo subiu de 0,38% para 6,38%, levando os viajantes a aumentar a compra de dólares em espécie nas casas de câmbio.
Na ValorTur, conforme a operadora Stephanie Rodrigues, a procura por cartões caiu bastante enquanto a demanda por papel moeda aumentou bruscamente. Na AGK, o movimento foi similar. A atendente Ana Maria Lins disse que 60% dos clientes que a procuraram na manhã de ontem preferiram comprar dólares em espécie a adquirir cheques de viagem ou carregar cartões pré-pagos, embora o risco de utilizar dinheiro vivo em viagens seja maior.
Instabilidade
De acordo com especialistas, um dos fatores que deve consolidar a tendência de alta do dólar neste ano é a mudança da política monetária nos Estados Unidos. Com indicadores econômicos mais favoráveis na maior economia do planeta, o Federal Reserve (Fed, banco central do país), que vinha injetando todos os meses US$ 85 bilhões no mercado, vai reduzir, a partir deste mês, o montante de estímulo em US$ 10 bilhões. Se o ritmo de atividade continuar melhorando, a redução do programa pode ser acelerada, o que terá impacto de alta nas taxas de juros norte-americanas.
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