Economia

Venda liberada de carros em Cuba começa com preços astronômicos

Um carro familiar Peugeot 4008 novo foi colocado à venda por U$239.250 na concessionária estatal SASA em Havana, enquanto que o fabricante francês oferece o mesmo veículo em seus catálogos por U$46.000

Agência France-Presse
postado em 03/01/2014 16:30
A venda liberada de automóveis começou nesta sexta-feira em Cuba depois que o presidente Raúl Castro acabou com meio século de proibição, e os preços astronômicos causaram surpresa e decepção na população, comprovaram os jornalista da AFP.

Um carro familiar Peugeot 4008 novo foi colocado à venda por 239.250 dólares na concessionária estatal SASA em Havana, enquanto que o fabricante francês oferece o mesmo veículo em seus catálogos por 46.000 dólares.

Os carros usados também foram colocados à venda a preços astronômicos na estatal Corporación Cimex: um Hyundai Sonata de 2010 a 60.000 dólares e um Volkswagen Passat de 2010 a 67.500 dólares. "Eu pensava em comprar um carro, mas não dá para mim. Só tenho uns 20.000 dólares", lamentou-se Dorian López, um comprador frustrado.

Cubanos observam os carros usados para vendas em Havana

Cuba autorizou em 19 de dezembro passado a livre importação de veículos a preços de mercado, proibida durante meio século, em uma das medidas mais esperadas das reformas econômicas do presidente Raúl Castro.

Em consequência, foi liberada a venda a varejo de motos, carros, furgões de carga, caminhonetes e micro-ônibus, novos e de segunda mão, para cubanos e estrangeiros residentes na ilha comunista, assim como para entidades estrangeiras e diplomáticas.



A medida, aprovada dois anos depois que Raúl Castro permitiu a compra e venda de carros usados, também autoriza a compra e venda de motores e carrocerias entre particulares e a venda de carrocerias resultantes da desmontagem de veículos.

[SAIBAMAIS]As novas normas deixam sem efeito as carteiras de motorista que o ministério do Transporte entregava a alguns cubanos, principalmente músicos, médicos e outros profissionais, que cumpriam missões no exterior, para poder adquirir um carro.

O jornal admitiu que esse mecanismo "burocrático" gerou durante anos "inconformidade, insatisfação e, não em poucos casos, virou uma fonte de especulação e enriquecimento,", pois muitos cubanos vendiam as referidas carteiras, inclusive antes de comprar o veículo.

Segundo o jornal oficial Granma, com o resultado das vendas, "será criado um fundo especial para o desenvolvimento do transporte público", serviço que tem muitos problemas na ilha.

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