postado em 05/01/2014 07:12
Com os juros mais baixos do país, o crédito consignado, depois de avançar agressivamente entre os trabalhadores da iniciativa privada nos últimos anos, começa a perder força. Os bancos encontraram, na rotatividade do emprego, uma barreira para manter o ritmo de expansão dos empréstimos e reduziram as concessões. Não à toa, as operações de 2013 apresentaram crescimento de 11%, o menor aumento para a modalidade desde 2006, quando o Banco Central passou a fazer o registro. Até então, o salto médio anual dessa carteira era de 33,2%.Os trabalhadores da iniciativa privada, antes vistos como a nova fronteira para o crédito com desconto em folha de pagamento, também deixaram de ser vistos com apetite pelas instituições financeiras devido à fraqueza da economia. Diante de dúvidas em torno da capacidade de sustentação do desemprego em níveis historicamente baixos, os bancos travaram empréstimos a essa clientela, que não tem a garantia da estabilidade, como os servidores públicos.
;Se o banco faz consignado para alguém que pode ser demitido amanhã, como fica o pagamento da dívida?;, questiona Carlos Thadeu de Freitas Gomes, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e ex-diretor do BC. ;Um dos problemas é a elevada rotatividade dos trabalhadores. As pessoas querem ficar pouco tempo no emprego, querem receber benefícios como o seguro-desemprego e sacar o fundo de garantia (FGTS);, explicou.
O crédito consignado para trabalhadores privado, mesmo com o forte avanço nos últimos anos, ainda representa pouco do mercado de empréstimos com desconto em folha, apenas 8,1%. Comparada a carteira do funcionalismo público e de pensionistas e aposentados, ela é 7,5 vezes menor. Apesar da rotatividade do mercado de trabalho e do risco de o empregado ser mandado embora, o segmento que atende a iniciativa privada tem baixa inadimplência. Enquanto o calote das famílias, somadas todas as operações de crédito com recursos livres, está em 6,7%, o do consignado é de 5,1%.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.