Economia

Ampliação de voos deve ser insuficiente para a demanda durante a Copa

Agência Nacional de Aviação Civil aprova pedidos de empresas para atender turistas. Especialistas acham pouco

Rosana Hessel
postado em 17/01/2014 07:27
Passageiros poderão ter problemas com a mudança de trechos e horários e com obras que não serão concluídasAs companhias pediram a criação de 1.973 voos para atender o aumento do número de passageiros durante a Copa do Mundo, o equivalente a apenas 1% do total operado atualmente no país. A ampliação, segundo especialistas, deverá ser insuficiente para dar conta de toda a demanda durante o torneio, quando se estima que pelo menos 600 mil turistas estrangeiros e 3 milhões de brasileiros deverão se deslocar para acompanhar os jogos.

O número de pedidos ficou abaixo da expectativa da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que atendeu todas as solicitações. Para o professor Paulo Fleury, diretor-geral do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a ampliação ficou aquém do necessário. ;Quando a demanda chega perto de 100% da capacidade, ela explode, gera filas e atrasos em cadeia. É muito arriscado ter uma capacidade muito baixa. Para evitar um vexame durante a Copa, o número de voos deveria crescer 20%;, explicou. ;É muito pouco. Parece brincadeira;, criticou.



A maioria dos pedidos das empresas se concentrou em mudanças na atual malha aérea. Cerca de 42% dela ; ou 78 mil voos ; passarão por modificações entre 6 de junho e 20 de julho, quando o Mundial será disputado. De acordo com o diretor-presidente da Anac, Marcelo Guaranys, os trechos inteiramente novos poderão ser mantidos após o torneio. ;A gente esperava que tivesse um pedido maior de novas frequências, mas a alteração de 42% da malha tem bastante representatividade;, disse ele. A rota entre os aeroportos de Brasília e de Guarulhos, em São Paulo, foi uma das que teve maior demanda, com 288 novas decolagens aprovadas.

[SAIBAMAIS]Além do número insuficiente de voos, um problema será a baixa capacidade dos aeroportos para receber o maior fluxo de pessoas. Mais da metade dos terminais das 12 cidades sedes ainda estão com menos de 50% das obras de ampliação concluídas, faltando menos de cinco meses para a abertura do evento. Desse modo, os transtornos que os passageiros enfrentam hoje poderão ser ainda maiores durante o evento.

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