Economia

Espiritismo avança e atrai milhares de turistas ao médium João de Deus

Em Abadiânia, o religioso chega a atender 190 mil pessoas por ano. Sem dízimo ou qualquer obrigatoriedade de colaboração financeira, o Espiritismo vive de doações de beneméritos, contribuições espontâneas dos fiéis

Simone Kafruni
postado em 31/01/2014 08:39
Visitantes de todo o mundo aportam no interior de Goiás em busca de cura
A doutrina criada por Allan Kardec, em 1857, com a publicação de O Livro dos Espíritos, na França, se consolidou no Brasil em 1884 com a implantação da Federação Espírita Brasileira (FEB), fundada no Rio de Janeiro e hoje sediada em Brasília. O órgão institucional atua, desde então, para difundir os preceitos básicos da religião que prega a possibilidade de comunicação entre os homens e os espíritos, a evolução e a reencarnação. Sem dízimo ou qualquer obrigatoriedade de colaboração financeira, o Espiritismo vive de doações de beneméritos, contribuições espontâneas dos fiéis, feitas por meio do trabalho voluntário ou da caridade, e do turismo religioso, bancado, sobretudo por estrangeiros, que têm despejado cada vez mais euros e dólares no país.

Foi o trabalho de psicografia do médium mineiro Francisco de Paula Cândido, mais conhecido como Chico Xavier (1910 ; 2002) que popularizou a religião e atraiu mais adeptos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 4 milhões de brasileiros se declaram espíritas. No entanto, para praticantes e especialistas, esse número pode ser até 10 vezes maior. O presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB), Antonio Cesar Perri, garante que há indícios de que 40 milhões de pessoas sejam, pelo menos, simpatizantes no país.



Fundamentada no lema do Espiritismo, segundo o qual ;fora da caridade não há salvação;, a FEB criou, em 1890, o primeiro departamento de ajuda aos necessitados, hoje replicado nos milhares de templos existentes no país. ;Atualmente, existem cerca de 14 mil locais, entre centros espíritas e instituições assistenciais;, afirma Perri. Apesar de ele não divulgar o faturamento do Espiritismo no Brasil, alegando que a religião é descentralizada, ele revela que a maioria dos centros estão em imóveis próprios, resultado de doações. ;Poucas entidades ainda estão em locais alugados;, diz.

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