postado em 12/02/2014 06:00
A disparada do custo da eletricidade provocada pela onda de calor no país, pelo nível crítico dos reservatórios das hidrelétricas e pela necessidade maior do uso das termelétricas vai pesar no bolso dos consumidores, para desespero do governo, que elegeu a redução da conta de luz como um dos principais motes da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que proporá o repasse de uma fatura extra às famílias e às empresas, o que acarretará, isoladamente, uma alta de 4,6% nas tarifas de eletricidade neste ano, com impacto direto na inflação. Outros reajustes devem vir a reboque com as revisões anuais de contratos feitos pela Aneel.
[SAIBAMAIS]Não bastasse essa ameaça, que pode esvaziar o discurso eleitoral de Dilma, o Palácio do Planalto já foi avisado de que, com a escassez de água nos reservatórios e os cortes constantes de luz, importantes indústrias estão desligando as máquinas e mandando os empregados para casa. No interior de São Paulo, a Rhodia, uma das maiores empresas do setor químico do país, foi obrigada a interromper atividades de uma das linhas. A fabricante de papelão MWV Rigesa, a Refinaria de Paulínia (Replan), da Petrobras, e a cervejaria Ambev também já acenderam o sinal amarelo em razão da estiagem.
A ordem no governo, por enquanto, é manter um discurso de tranquilidade, sobretudo de que não há risco de racionamento. Nos bastidores, porém, Dilma já escalou assessores para acompanhar todos os detalhes do reajuste proposto pela Aneel, que ajudará a cobrir o rombo na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que financia o Luz para Todos e as indenizações às geradoras e transmissoras que renovaram concessões dentro do plano de redução das tarifas desde 2013. A CDE é o principal instrumento usado pelo governo para garantir o corte no custo da energia.
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