Economia

Inflação de 3,7% em janeiro na Argentina, a mais alta mensal desde 2002

Esta é a primeira vez que a Argentina publica em suas estatísticas oficiais um número tão próximo das estimativas privadas desde a intervenção do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC)

Agência France-Presse
postado em 13/02/2014 20:26
A Argentina registrou em janeiro uma inflação de 3,7%, segundo o novo Índice de Preços elaborado com assessoria do Fundo Monetário Internacional (FMI), o que representa o maior aumento de preços mensal desde maio de 2002 (4%), informou nesta quinta-feira o ministro da Economia, Axel Kicillof. O resultado foi um pouco inferior à estimativa de 4,61% das consultorias privadas, divulgada na quarta-feira (13/2).

Esta é a primeira vez que a Argentina publica em suas estatísticas oficiais um número tão próximo das estimativas privadas desde a intervenção do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC) promovida em 2007 pelo governo do ex-presidente Néstor Kirchner.

Essa intervenção do INDEC gerou o descrédito de suas estatísticas e uma inédita moção de censura pelo FMI em fevereiro de 2013, depois de várias advertências do organismo.


"Este novo índice representa uma mudança inédita na Argentina porque é qualitativa e quantitativa diferente do que vinha sendo elaborando e sua cobertura é nacional", disse o ministro em coletiva de imprensa na sede do Ministério ao formular o anúncio.

Em sua elaboração, contou "com a assessoria de especialistas da Espanha, Itália, Rússia entre outros países, além de especialistas do Fundo", disse Kicillof.

O ministro desacreditou os índices elaborados por consultorias privadas "com base em metodologias obscuras", e os qualificou de medições políticas.

Segundo as cifras oficiais, a inflação foi de 11% em 2013, enquanto estudos privados divulgados pela oposição no Congresso a apontaram em torno de 28%.

A Argentina assistiu uma forte escalada dos preços nos últimos meses, especialmente a partir de janeiro, quando o peso se desvalorizou 18% frente ao dólar.

A brusca queda do peso aconteceu depois que o Banco Central deixou a moeda local flutuar livremente, em um contexto de forte queda das reservas de divisas, fonte de financiamento da dívida, em um país que se afastou do mercado mundial de capitais.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação