O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, admitiu que pode utilizar as reservas internacionais de US$ 376 bilhões para segurar as cotações do dólar e evitar que a alta da moeda norte-americana continue pressionando a inflação, que tem permanecido muito acima da meta oficial, de 4,5%.
Em entrevista à revista Exame, cuja última edição começou a circular ontem, ele afirmou que pode ;usar esse colchão (de recursos) para suavizar ajustes e diminuir o impacto da desvalorização do real sobre a economia;.
[SAIBAMAIS]A declaração de Tombini indica que o BC está disposto a utilizar munição mais pesada para controlar os preços da divisa. Desde agosto do ano passado, quando passou a intervir no mercado de câmbio, a estratégia tem sido a de recorrer apenas a contratos de swap cambial, instrumento equivalente à venda de dólares no mercado futuro, justamente para preservar o nível de reservas.
Para João Paulo Corrêa, gerente de Câmbio da Correparti Corretora, ;Tombini deu a entender que pode vender moeda diretamente nos negócios à vista;. Já refletindo a fala do presidente do BC, o dólar recuou 0,66% ontem, fechando a R$ 2,406 para a venda. No mercado futuro, as cotações caíram até 1,3% nas operações com liquidação prevista para março.
A entrevista mostrou ainda o quanto o governo está preocupado com a resistência da inflação e com a queda do real, que vem sendo pressionado pela perda de confiança dos investidores na economia brasileira e pela mudança da política monetária nos Estados Unidos. Na última terça-feira, a nova presidente do BC dos EUA, Janet Yellen, avaliou que a economia brasileira é uma das mais vulneráveis à nova conjuntura global. Nos últimos três anos, o real teve uma desvalorização de 55% frente ao dólar. ;Obviamente, isso tem um impacto na condução da política de estabilidade de preços;, disse Tombini.
A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, .