Rosana Hessel
postado em 19/02/2014 06:00
Na tentativa de criar fatos positivos, que reduzam o pessimismo agravado pela perspectiva de o país estar em recessão, o governo tentou ontem fazer um grande barulho em torno de mais um balanço do segundo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2). Mas, em vez de angariar apoios, recebeu críticas dos especialistas. A razão: no meio de obras apontadas como essenciais para melhorar a infraestrutura e aumentar a competitividade do Brasil, o Ministério do Planejamento incluiu, entre os projetos executados, distribuição de retroescavadeiras, quadras de esportes, creches, postos de saúde e, sobretudo, apartamentos do Minha Casa, Minha Vida.Mesmo empreendimentos que nunca saíram do papel, como o trem-bala, foram apontados como ;em execução adequada;. E, apesar de mais de 10 mil megawatts terem sido agregados ao sistema gerador de energia elétrica nos últimos três anos, a maior parte dessa eletricidade não chegou aos consumidores porque não foram construídas as linhas de transmissão. Caso a integração entre geração e distribuição estivesse concluída, certamente o país não estaria ameaçado pelo risco de racionamento.
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, no entanto, não se fez de rogada ao anunciar os números inflados do PAC2. Segundo ela, em três anos, o programa superou em 25% os investimentos realizados no PAC1, lançado pelo então presidente Lula, quando Dilma Rousseff era ministra da Casa Civil. Pelos cálculos da ministra, R$ 583 bilhões em investimentos previstos entre 2011 e 2014 foram realizados, o equivalente a 82,3% dos projetos. ;Com o PAC, recuperamos a estratégia de fazer obras de infraestrutura;, disse.
A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique