Guerra dos sexos à parte, o dinheiro se consolidou como tabu dentro de casa. Quem ganha mais? Quem paga o jantar? Quem assume o papel de principal provedor (se é que ele ainda existe)? Como dividir as despesas dos filhos e as contas domésticas? Chegar a essas respostas, por vezes, exige longas discussões, atritos, crises, visitas a psicólogos e a consultores financeiros. Em casos não tão raros, pode acabar com o relacionamento. Ainda sem soluções mágicas, a revolução em curso segue influenciando diretamente na vida financeira e afetiva dos casais.
[SAIBAMAIS]Pesquisa divulgada neste início de ano, pelo instituto norte-americano Families and Work Institute, mostra como a sociedade tem mudado o jeito de pensar em relação ao sustento da família. Desde 1977, o índice de homens que se sentem no dever de bancar a casa despencou de 74% para 42%. Embora quatro em cada 10 entrevistados ainda endossem as funções tradicionais de gênero, o resultado aponta uma queda de 32 pontos percentuais. Entre as mulheres, o indicador recuou de 52% para 37%, no mesmo período, quando foram entrevistadas 46 mil pessoas em várias partes do mundo.
Esses números estarão no livro O poder das mulheres fortes, do badalado consultor e pesquisador Marcus Buckingham. A obra, candidata a best-seller nas prateleiras de autoajuda, será lançada neste mês no Brasil. Abertamente, até os mais durões hão de concordar com as estatísticas e se dizem dispostos a aceitar a divisão das tarefas domésticas, incluindo o pagamento das contas. Mas, na intimidade do casal, esse fenômeno tem sido dramático, sobretudo para o universo masculino, ainda com dificuldade em aceitar as novas interpretações do conceito de ;homem da casa;.
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Treinados para não deixar faltar nada no lar, os homens estão tendo de ceder, ainda que na marra, à independência financeira das mulheres. A presidente do instituto, Ellen Galinsky ; que também coordena a pesquisa ;, diz que o ;homem ideal; não é mais aquele funcionário que trabalha para ser um chefe de família bem-sucedido. ;Eles estão experimentando uma pressão parecida com a das mulheres quando elas entraram no mercado de trabalho;, compara. No mesmo estudo, homens dedicados a ;empregos exigentes; são apontados como mais propensos a experimentar conflitos familiares.
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