Rosana Hessel
postado em 04/03/2014 06:50
A guerra iminente entre russos e ucranianos começa a espalhar prejuízos. Para analistas, os mercados emergentes, mesmo os mais distantes da região, como o Brasil, sofrem grande risco de contágio. As consequências de um possível combate, além das vidas perdidas, ultrapassam as fronteiras, impõem o arrefecimento da atividade econômica e a fuga de capitais aos Estados Unidos, e fazem disparar o preço do petróleo. Ontem, as principais bolsas de valores do mundo fecharam no vermelho, motivadas pelo receio de uma escalada da violência e de sanções do Ocidente à nação comandada por Vladimir Putin. No pregão, a Rússia perdeu US$ 60 bilhões ao amargar uma queda de 11,3% nas ações, o maior tombo dos últimos cinco anos. O rublo, a moeda nacional, se desvalorizou frente ao dólar.
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Só amanhã, quarta-feira de cinzas, quando o mercado brasileiro reabre, será possível saber qual será a cota de sacrifício do país nessa primeira rodada de estragos. Na avaliação de Neil Shearing, economista-chefe para Mercados Emergentes da consultoria britânica Capital Economics, as consequências da crise na Ucrânia poderão ser ;bastante severas;. ;Mas assumindo que o conflito militar seja evitado, a queda nos mercados poderá ser temporária. Mesmo assim, é um vento contrário às economias emergentes;, disse ele ao Correio.
Tony Volpon, diretor executivo e chefe de Pesquisas para Mercados Emergentes das Américas do Nomura Securities, em Nova York, explicou que, para os investidores, os países em desenvolvimento são ;ativos de risco; com muitas semelhanças. Se um começa a ter problemas, isso pode contaminar os outros. Ele pondera, no entanto, que, se a situação não se agravar até amanhã, o Brasil poderá se livrar de maiores consequências relacionadas ao conflito.