Rosana Hessel
postado em 13/03/2014 06:01
Os esforços do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para melhorar a imagem do governo não tiveram efeito sobre os 18 empresários com quem se reuniu ontem, em Brasília. Os convidados saíram do encontro frustrados. A falta de acordo em torno da Medida Provisória (MP) n; 627, que trata da tributação sobre lucros no exterior de multinacionais brasileiras, levou apenas à criação de um grupo de trabalho formado por executivos do setor privado e técnicos do governo.
Os representantes das empresas procuram evitar o confronto em torno da MP e prometeram apoiar a aprovação no Congresso de uma versão com ajustes. Marcos Jank, diretor executivo global de assuntos corporativos da BRFoods, resultante da fusão de Perdigão e Sadia, se mostrou irritado com o desfecho da reunião. ;Havia mais expectativas. Mas, pelo menos, estamos buscando o diálogo para ver se a MP acerta, porque ela realmente aumenta a tributação;, disse ao sair do encontro com Mantega. Segundo o executivo, outras reuniões serão marcadas para discutir alterações no projeto.
A MP 627 precisa ser votada até abril para não continuar vigorando. Esse trâmite, porém, pode ser mais espinhoso para o governo do que o esperado. O relator da comissão especial que analisa o texto é o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), um dos protagonistas da atual crise entre a presidente Dilma Rousseff e a sua base parlamentar de apoio. Se a MP não for votada a tempo, volta a valer a regra antiga, que obriga o pagamento integral dos impostos sobre o lucro das subsidiárias assim que é registrado. Cunha propõe facilitar o pagamento da dívida com o Fisco e parcelar a conta em até 5 anos.
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