Jornal Correio Braziliense

Economia

Crescimento da classe média brasileira pressiona alta de preços

Para o presidente do BC, a incapacidade do governo de oferecer infraestrutura adequada e a ineficácia da indústria provocaram um descompasso entre a oferta e a demanda. País não se preparou para absorver a entrada de 40 milhões de pessoas no mercado



[SAIBAMAIS]No entender de Tombini, nem o governo nem o setor privado se prepararam para atender o expressivo avanço da demanda. Do lado público, faltaram obras para a ampliação, por exemplo, dos aeroportos. Com a nova classe média entrando pela primeira vez em um avião, os preços das passagens aéreas dispararam. Também ficaram mais caros serviços básicos que antes eram luxo para esse público, como cabeleireiro, manicure, mecânico de carro e pintor de parede. Os aumentos acompanharam o salário mínimo e foram facilitados pelo fato de não se ter como importar esse tipo de mão de obra.

Do lado da indústria, faltaram produtos. Sem capacidade de investimentos e com a produtividade em baixa, as empresas tiveram que abrir espaço para os importados, o que, ressalta-se, ajudou a segurar parte dos aumentos de preços. O varejo, por sua vez, não se intimidou em remarcar constantemente as tabelas, certo de que, com a sensação de riqueza, inflada pela queda do desemprego e com os consumidores ávidos por satisfazerem necessidades reprimidas há tempos, pagariam o que fosse pedido. Essa festa do consumo foi amplificada pela oferta maciça de crédito. Não à toa, a nova classe média está sofrendo hoje com o superendividamento.

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