postado em 26/03/2014 08:35
A fatura do rebaixamento do país pela agência de classificação de risco Standard & Poor;s (S) cairá pesadamente no colo dos brasileiros em 2015. Se quiser evitar que o Brasil perca o selo de grau de investimento, chancela de porto seguro para o capital, aquele que vencer as eleições presidenciais de outubro próximo terá de fazer um grande ajuste na economia, a começar por um corte brutal nos gastos públicos. Sem um arrocho que ponha as finanças do governo em ordem, não haverá escapatória, avisou a diretora para a América Latina da S), Lisa Schineller: o país voltará para o grupo das nações consideradas especulativas, do qual saiu em 2008, sob aplausos eufóricos do então presidente Lula. A nota de crédito do Brasil caiu de BBB para BBB-.[SAIBAMAIS]Na avaliação de Schineller, não há mais tempo para o atual governo fazer os ajustes necessários e tirar o país da situação incômoda que o levou ao rebaixamento. Sob o comando da presidente Dilma Rousseff, todos os indicadores do país pioraram. O crescimento econômico saiu de uma média superior a 4% para 2%. O rombo das contas externas deve passar dos US$ 80 bilhões pelo segundo ano consecutivo, aumentando a dependência por capital especulativo. A dívida bruta está encostando nos 60% do Produto Interno Bruto (PIB) e a economia para pagar os juros devidos pelo setor público (superavit primário) desabou. E mais: a inflação vem se mantendo sistematicamente próxima a 6% ao ano, bem distante do centro da meta, de 4,5%, perseguida pelo Banco Central.
Segundo Sebastian Briozzo, analista da S, somente um amplo rol de reformas estruturais poderá ajudar o Brasil a se livrar de um novo rebaixamento. Por isso, ele avisou: ;A capacidade do governo brasileiro em realizar reformas para impulsionar o crescimento e quebrar gargalos estruturais será amplamente observada após a eleição presidencial de outubro;. E acrescentou: ;O país precisa estimular o crescimento e o investimento, assim como se preparar para o futuro através de reformas;. Tais ações, tanto no entender de Briozzo quanto no de Schineller, exigem "pragmatismo;, o que está longe de se ver na atual administração do Brasil, que se especializou em recorrer a manobras contábeis para mostrar uma saúde que as contas públicas não têm.
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