postado em 27/03/2014 08:16
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, completa nesta quinta-feira (27/3) oito anos ininterruptos no cargo e se torna o titular da pasta que ficou mais tempo na função. Ele tomou posse no dia 27 de março de 2006, em substituição a Antonio Palocci que deixou o cargo após a denúncia de ser um dos interessados na quebra e divulgação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa. O processo foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal, que alegou não ter encontrado indícios suficientes de violação de dados do caseiro.A condição de titular da pasta que ficou mais tempo no cargo foi confirmada pelo Ministério da Fazenda. Mantega superou Pedro Malan em permanência no posto após a ditadura militar. Antes, na era Vargas, o gaúcho Arthur de Souza Costa é considerado o ministro que mais ficou no cargo, entre 24 de julho de 1934 e 29 de outubro de 1945.
[SAIBAMAIS]Ao assumir, Mantega, que deixava o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), defendeu a redução da taxa básica de juros [Selic] diante das condições da economia à época e assegurou manter a política econômica com aperto fisca,l perseguindo a meta de baixar a inflação. ;Minha preocupação é fazer uma boa gestão, mantendo os fundamentos da economia sólidos para assegurar o crescimento, visando ao ano de 2006", disse na ocasião. O ministro destacou ainda, durante a posse, que os sinais que vinham sendo obtidos desde o princípio daquele ano asseguravam que o país caminhava para o crescimento sustentável.
Nascido em 7 de abril de 1949, em Gênova, na Itália, Mantega formou-se em economia na Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP). É professor de economia da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas, em São Paulo, e doutor em sociologia do desenvolvimento na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, com especialização no Institute of Development Studies da Universidade de Sussex (Inglaterra) em 1977.
Entre 1982 e 1987, foi professor de economia no curso de mestrado e doutorado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e vice-reitor adjunto da da instituição entre 1984 e 1987. Foi ainda diretor de orçamento e chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Planejamento de São Paulo, de 1989 a 1992, durante a administração de Luiza Erundina, e membro da coordenação do programa econômico do Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições presidenciais de 1984, 1989 e 1998.
Assessor econômico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de 1993 a 2002 e um dos coordenadores do programa econômico do PT na campanha de 2002, Mantega escreveu os livros Acumulação Monopolista e Crises no Brasil, Editora Paz e Terra, 1981; A Economia Política Brasileira, Vozes, 1984; Custo Brasil - Mito ou Realidade, Vozes, 1997; Conversas com Economistas Brasileiros 2, Editora 34, 1999, entre outros.
Mantega foi também ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão entre janeiro de 2003 e novembro de 2004 e presidiu o BNDES, cargo que exerceu até março de 2006, quando assumiu o Ministério da Fazenda.