Economia

Em dois meses, rombo nas contas públicas atinge R$ 19,9 bilhões

Setor público consolidado registra o maior deficit nominal para um primeiro bimestre desde 2006. Excesso de gastos põe investidores em alerta, sobretudo depois do rebaixamento do país pela S. Próximo presidente terá de promover arrocho nas despesas

postado em 29/03/2014 08:00
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A gastança desenfreada do governo não tem fim. Dados do Banco Central mostram que, somente nos dois primeiros meses do ano, o rombo nas contas públicas (deficit nominal, que inclui as despesas com juros) atingiu R$ 19,9 bilhões, o pior resultado para um bimestre desde 2006. O buraco corresponde a 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo os especialistas, qualquer que seja o parâmetro de avaliação, os resultado são ruins. No acumulado de 12 meses terminados em fevereiro, o deficit totalizou R$ 161,8 bilhões, valor equivalente a 3,3% do PIB. Ou seja, mesmo com uma carga recorde de impostos, o governo não está conseguindo cobrir todas as despesas. Por isso, o Brasil foi rebaixado pela agência de classificação de risco Standard & Poor;s (S) na última segunda-feira.

Quando assumiu o governo, a presidente Dilma Rousseff havia prometido cortar os gastos públicos como forma de ajudar o BC a controlar a inflação. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tinha se comprometido, inclusive, a chegar 2014 com deficit nominal zero. Os números, porém, explicitam que nada foi feito para pôr fim à farra fiscal. O resultado é que o próximo comandante do país, que tomará posse em 2015, seja ele Dilma, seja alguém da oposição, terá de impor um arrocho sem precedentes nas contas públicas se quiser arrumar a casa e evitar que o custo de vida se mantenha persistentemente próximo do teto da meta perseguida pelo BC, de 6,5%.



;Diante dos atuais resultados fiscais, e, sobretudo, devido ao baixo ritmo de crescimento da economia, há grandes chances de o deficit nominal alcançar 4% do PIB ainda neste ano;, projetou o especialista em contas públicas Mansueto Almeida, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A última vez que o rombo passou de 4% foi em novembro de 2009, quando o Brasil e o mundo ainda enfrentavam dificuldades para sair da maior crise financeira mundial em 80 anos.

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