Antonio Temóteo
postado em 12/04/2014 07:11
O risco de racionamento de energia elétrica é cada vez maior com o prolongamento da estiagem. Se o apagão se concretizar, analistas avaliam que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil encolherá ainda mais em 2014 e potencializará as chances de a atividade econômica ficar próxima de zero no próximo ano. Apesar do discurso otimista determinado pela presidente Dilma Rousseff, o governo já teve acesso a dados que indicam que o período de seca a partir de maio pode ser mais forte que o esperado, justamente quando a demanda deverá aumentar por causa da Copa do Mundo.
Caso isso ocorra, o Palácio do Planalto terá de obrigar os brasileiros a diminuírem o consumo de energia, algo com potencial explosivo para a candidatura à reeleição de Dilma, que, para garantir votos, interveio nas concessionárias e as obrigou a reduzir as tarifas sem dar as devidas condições para isso. O dado mais assustador para o governo foi apresentado em uma reunião de emergência, na quarta-feira, com representantes do setor elétrico pelo Operador Nacional do Sistema (ONS): as represas no Sudeste chegarão ao fim de abril com 36,8% da capacidade de armazenamento em vez dos 43% projetados para não haver racionamento.
Para evitar o corte no consumo, o governo deve recomendar, no curto prazo, um programa de racionalização no uso de energia entre os grandes consumidores industriais. Também poderá obrigar as empresas do sistema Eletrobras a desligarem as turbinas de geração durante a noite. Essa medida, no entanto, tende a ser um tiro no pé, uma vez que aumenta o risco de que os equipamentos sofram panes. Procurado, o Ministério de Minas e Energia negou que haja um risco de racionamento no país e também afirmou que desconhece qualquer debate sobre o incentivo à racionalização de energia.
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