Paulo Silva Pinto
postado em 01/05/2014 07:00
Há boas razões para a efeméride de hoje ser chamada de festa do trabalho. ;A situação é confortável;, resumiu a economista Lucia Garcia, coordenadora da pesquisa de emprego do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). A instituição divulgou ontem o índice de desocupação de março em seis regiões metropolitanas do país, de 11%. É um alívio perto dos 20% de 2003, o pior desde que a pesquisa começou a ser feita, em 1998.
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também são alvissareiros. O índice fechou o ano passado com média de 5,4%, a mais baixa desde que começou a ser realizada, em 2003 ; os números são maiores do que os do Dieese, principalmente porque a metodologia inclui apenas quem rejeita bicos enquanto procura uma vaga profissional.
;Em encontros internacionais, somos a vedete. O governo do Japão está fazendo um estudo, vai mandar técnicos agora em maio, para entender como um país com um PIB que cresce pouco, como o nosso, consegue ter pleno emprego. É um negócio que as pessoas que não estão no meio não entendem;, afirmou o ministro do Trabalho, Manoel Dias. ;Poucos países estão criando vagas com o Brasil;, atestou o economista Marcio Pochmann, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e presidente da Fundação Perseu Abramo, do PT.
Graças a esse desempenho, a renda salarial vem crescendo também a níveis mais altos do que em outros países (veja quadro). Para alguns economistas, porém, o descompasso entre o desempenho do mercado de trabalho e do restante da economia é insustentável. ;Os salários não podem crescer mais do que a produtividade por longo período;, sentenciou o gerente executivo de Competitividade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Roberto da Fonseca. ;As empresas não demitem porque não querem perder empregados mais qualificados. Mas chegará o dia que não terão mais como segurá-los.;
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