Agência France-Presse
postado em 06/05/2014 12:21
Bruxelas - Alguns países membros da União Europeia (UE) alcançaram nesta terça-feira (6/5) um consenso para elaborar um controverso imposto sobre as transações financeiras (ITF), que deve entrar em vigor em 2016, apesar da grande oposição da Grã-Bretanha. O imposto é necessário, afirmaram, para atenuar as falhas dos mercados financeiros, que afundaram o mundo em uma crise em 2008. Mas os céticos consideraram que o anúncio desta terça-feira (6) estava carregado de intenções eleitoreiras, antes das eleições europeias de 22 a 25 de maio.Dez países membros da UE (Alemanha, Áustria, Bélgica, Eslováquia, Espanha, Estônia, França, Grécia, Itália e Portugal), dos 11 que desejam introduzir o imposto (Eslovênia permanece à margem após a renúncia do governo na segunda-feira) alcançaram um "acordo político", destacou o ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos. "Concordamos que deve acontecer passo a passo, começando por taxar as ações e alguns derivativos", disse o ministro da Economia da Áustria, Michael Spindelegger.
O mapa do caminho foi elaborado. Até o fim do ano os 10 países participantes pretendem concluir o trabalho técnico. O ano de 2015 será usado para aprovar os diferentes aspectos desta nova taxa, que deve entrar em vigor em 1; de janeiro de 2016. O produto do novo imposto é impossível de calcular, sem saber exatamente o que será taxado. Mas o ministro francês das Finanças, Michel Sapin, arriscou uma estimativa de entre 5 e 6 bilhões de euros com a taxa apenas sobre as ações.
Spindelegger disse que as preocupações dos países que não participam na medida serão levadas em consideração. A Grã-Bretanha, que tem a maior praça financeira europeia, não aceita o novo imposto e teme, como várias pessoas no mundo das finanças, que gere um impacto negativo na UE.