postado em 15/05/2014 14:38
Cerca de 40 servidores públicos do setor da Cultura se reuniram nesta quinta-feira (15/5) em frente ao Museu da República, no Catete, zona sul do Rio, com o objetivo de conseguir o apoio dos frequentadores dos jardins do museu para a paralisação da classe, iniciada na segunda-feira (12/5) em todo o território nacional.Os servidores fazem, ao longo do dia, diversas atividades ligadas à cultura, como desenhos sobre as paisagens no entorno do museu e leituras dramáticas. Os funcionários públicos pedem que a cultura seja valorizada pelo governo federal, que seja concedido aumento da verba no orçamento da União para o setor, conservação adequada de bens imóveis, como os museus e casas históricas, entre outras reivindicações.
;Nesta greve estamos comemorando o triste aniversário de 10 anos de acordos descumpridos com o governo. A gente tem um quadro muito grande de servidores que estão prestes a se aposentar nos próximos três anos. O Ministério da Cultura e as instituições vinculadas correm sério risco de extinção se nada for feito neste sentido;, informou uma das integrantes do Comando Estadual de Greve, Izabel Costa.
[SAIBAMAIS]De acordo com Izabel, foram feitas três paralisações de 24h como aviso, antes de ser decretada a greve dos servidores em território nacional. ;É uma greve nacional e hoje a gente tem uma reunião em Brasília. A gente não quer nenhuma negociação. A gente quer a implantação dos acordos já feitos. Os museus do Rio estão fechados, inclusive, a Semana Nacional de Museus não está acontecendo na cidade;, completou.
O presidente da Associação dos Servidores da Fundação Biblioteca Nacional, Otavio Oliveira disse que a Fundação Biblioteca Nacional vem, ao longo dos anos, apresentando diversos problemas estruturais, como queda de reboco, falha no ar-condicionado, número de mesas inferior ao de funcionários, entre outros.
;A Fundação Biblioteca Nacional está cercada por um tapume há dois anos, porque caiu um reboco em um dos beirais da biblioteca. Fizeram uma denúncia para a Defesa Civil e eles interditaram a biblioteca. Agora que foram iniciadas as obras, com a nova gestão", informou.
Os servidores reivindicam a negociação de gratificações por titularidade, a equiparação salarial com funcionários públicos da Agência Nacional de Cinema e da Fundação Casa Ruy Barbosa, maior participação na formulação das políticas públicas na área de cultura e uma reunião com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog) para tratar da questão salarial.
O Ministério do Planejamento já declarou, contudo, que não vai autorizar aumentos salariais neste ano, para evitar impacto fiscal e porque ainda está em vigor um acordo assinado pela Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef) que garantiu reajuste de 15,4% em três anos ; 2013, 2014 e 2015. À frente da greve, a Condsef afirma que um acordo assinado especificamente com os servidores da cultura, no ano anterior, previa negociação das pautas reivindicadas em até 180 dias, o que não ocorreu.