Economia

Greves de rodoviários em Cuiabá, Teresina e São Luis seguem sem acordo

A prefeitura de Cuiabá aguarda a negociação entre trabalhadores e empresa, mas caso não seja possível, ela acionará a Justiça

postado em 23/05/2014 16:50
A exemplo de São Paulo, trabalhadores de outras três capitais suspenderam o sistema de transporte público, por meio de greves. Em Cuiabá, 100% da frota está parada, segundo o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores do Transporte Coletivo (Stett). A situação prejudica cerca de 200 mil usuários desse tipo de transporte. Em São Luis, a prefeitura informou que apenas 60% da frota está operando para atender aos 740 mil passageiros que, diariamente, fazem uso do transporte público. E em Teresina, apenas metade da frota circula para dar conta da demanda de 120 mil passageiros.

A prefeitura de Cuiabá aguarda a negociação entre trabalhadores e empresa. Caso um acordo não seja possível, ela acionará a Justiça, segundo informou a Secretaria de Comunicação da administração municipal. O secretário adjunto de Comunicação, Orlando Morais, disse que, apesar de o sindicato informar que 100% da frota não está operando, há ônibus circulando pela cidade.

;Desde domingo (18/5), quando a greve iniciou, estamos fiscalizando se está sendo cumprida a determinação feita pela Justiça, de que pelo menos 70% da frota esteja nas ruas. Há fortes indícios de que, em diversos momentos, isso não foi cumprido pelos grevistas;, acrescentou.

Morais explica que os maiores prejuízos estão sendo contabilizados no comércio da cidade. ;Há muitos funcionários faltando e muitas compras sendo adiadas pelos consumidores;, relatou à Agência Brasil. Ele descarta possibilidade de aumento da tarifa do transporte.

O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores do Transporte Coletivo (Stett) de Cuiabá informou que os trabalhadores pedem reajuste de 7,15% para que o salário passe dos atuais R$ 1.680 para R$ 1,8 mil. Pedem também que a gratificação paga com o salário passe de R$ 220 para R$ 250 e vale alimentação no valor de R$ 400.

Na avaliação do Stett, as negociações não estão avançando. Nessa quinta-feira (22/5), as comissões que representam os trabalhadores na negociação se reuniram e, em seguida, comunicaram que será difícil garantir os 70% da frota, já que a categoria não concorda com a proposta apresentada pelas empresas: 4,63% de aumento salarial, podendo chegar a 5,18%. Caso não cumpra a determinação judicial, o sindicato poderá ter que pagar multa de R$ 30 mil.

Em Teresina, a greve teve início ontem. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviário do Estado do Piauí, Francisco das Chagas Oliveira, metade da frota está parada. ;Mas não é de agora que as pessoas estão sendo prejudicadas. Faz muito tempo que isso acontece porque nem prefeitura nem empresas estão interessadas em resolver os problemas. Agora está tudo acumulado;.



Chagas diz que a greve vai além do pleito por aumento salarial de 10%, do aumento de R$397 para R$450 no tíquete alimentação de R$450, R$ 153 a mais que o atual, e da redução da jornada de 7h20 diárias para 6h. Os trabalhadores querem melhorias no sistema de transporte.

;Queremos o aumento da frota porque é devido ao transporte de má qualidade que as pessoas usam carros e tornam o trânsito engarrafado. Queremos também ônibus com ar-condicionado, porque o calor aqui é grande principalmente pelos motores dos veículos ficarem na parte da frente. Por esse motivo, reivindicamos que, nos novos veículos, os motores estejam localizados na parte traseira;. Durante as negociações, a proposta patronal de aumento linear de salário e tíquete em 8% foi rejeitada.

Com dois dias de greve de rodoviários, São Luís está tendo dificuldade para atender aos 740 mil passageiros que usam diariamente o transporte público. De acordo com a Secretaria de Transporte Público, a determinação do Tribunal Regional do Trabalho para que seja mantida 70% da frota em operação não está sendo cumprida.

A prefeitura informou que apenas 60% dos ônibus estão circulando, prejudicando cerca de 250 mil pessoas. A Agência Brasil tem tentado falar com o secretário municipal de Trânsito e Transportes, Canindé Barros desde, a manhã de hoje, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno.

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