Rosana Hessel
postado em 24/05/2014 08:00
O recente aumento dos preços de medicamentos vem ajudando a elevar a inflação geral em abril e em maio. Para piorar, alguns produtos estão sendo reajustados bem acima da média de 7% autorizada pelo governo. Em Brasília, por exemplo, a chegada da seca já fez o valor dos colírios disparar. Há pouco mais de um ano, uma caixa de 10ml de uma solução para lubrificar os olhos da marca Optive custava de R$ 18 a R$ 22 e, agora, está na faixa de R$ 26,40 a R$ 32, mesmo com descontos nas grandes lojas do ramo em várias capitais brasileiras, conforme pesquisa do Correio. Uma alta em torno de 45%. Outra marca mais popular, o Lacrima Plus, custava R$ 9 numa drogaria do Aeroporto de Congonhas (SP) e sai agora por até R$ 16 nas principais drogarias do país. Um salto de 77%.O secretário do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Distrito Federal (Sincofarma-DF), José Aparecido Junqueira Guimarães, negou que as farmácias estejam mudando tabelas de preços em razão da sazonalidade. ;Os produtos são tabelados e não é comum que os colírios fiquem mais caros em virtude da estação seca. Houve um reajuste recente, mas grandes aumentos são coisas do passado;, disse. De acordo com ele, os valores de 90% dos medicamentos tiveram alta dentro do limite permitido, a cada 12 meses. ;Alguns itens tiveram reajuste elevado, mas a maioria ficou abaixo da inflação;, garantiu.
Os medicamentos foram um dos principais componentes da alta do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador subiu 0,69% na terceira quadrissemana de maio, encerrada na última quinta-feira. Esse percentual ficou levemente abaixo do 0,78% registrado na pesquisa anterior. Já o item saúde e cuidados pessoas foi o que mais subiu: 1,08%, apesar de apresentar um leve recuo em relação à elevação de 1,39% na segunda quadrissemana do mês.
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