Economia

De olho nas urnas, Dilma afaga empresas com desoneração da folha

Após longa reunião com o setor privado, presidente e ministro da Fazenda anunciam que vão tornar permanente a desoneração da folha

Rosana Hessel
postado em 28/05/2014 06:05

Encontro no Palácio do Planalto, que durou cerca de três horas, foi marcado pela descontração e cordialidade, segundo informaram os convidados

A presidente Dilma Rousseff resolveu ontem dar uma boa notícia para o setor privado, no momento em que a confiança no governo desmorona e empresários decepcionados com o governo atual se aproximam da oposição. Depois de uma reunião de quase três horas com 35 empresários e representantes de entidades patronais, ela e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciaram que atenderão ao pedido dos executivos na semana passada, prorrogando o benefício da desoneração da folha de pagamentos de forma permanente.

A medida tem como principal objetivo evitar o desemprego em segmentos de mão de obra intensiva. Ela desobriga a contribuição empresarial de 20% dos salários dos trabalhadores para a Previdência Social e, em troca, a companhia passa a recolher de 1% a 2% do faturamento, dependendo do setor.

Esse subsídio representa uma renúncia fiscal de R$ 21,6 bilhões para os cofres da União, conforme informou Mantega. Um dos pilares do Plano Brasil Maior, lançado por Dilma em agosto de 2011 com o objetivo de aumentar a competitividade da indústria, a desoneração abrange, atualmente, 56 setores. A medida expiraria em 31 de dezembro para diversos grupos de empresas, como confecções, serviços de tecnologia da informação, call centers, varejo, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, aeronáutica, aviação civil, jornais e revistas e autopeças.

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