Economia

Elevar impostos é eficaz na redução do consumo do tabaco, diz estudo

Dados mostram que no Brasil os impostos sobre cigarros subiram 116%, por maço, entre o fim de 2006 e o fim de 2013

postado em 30/05/2014 11:02
Dados mostram que no Brasil os impostos sobre cigarros subiram 116%, por maço, entre o fim de 2006 e o fim de 2013
Elevar impostos sobre o cigarro e, consequentemente, aumentar o preço do produto são fortes indutores da redução de consumo do tabaco no Brasil e no mundo. Os resultados fazem parte da Pesquisa Internacional de Tabagismo (ITC, na sigla em inglês), apresentada nesta sexta-feira (30/5) em razão do Dia Mundial sem Tabaco, lembrado nesse sábado (31/5).

De acordo com o estudo, os cigarros se tornaram economicamente menos acessíveis entre 2009 e 2013, com uma redução média anual no consumo de 2%, considerando o número de cigarros fumados por dia, o preço pago na compra do produto, a renda familiar e o número de adultos na residência do fumante. Metade dos fumantes entrevistados pensou em parar de fumar ou diminuir a quantidade de cigarros que fuma para economizar.

No Brasil, os dados econômicos mostram que os impostos sobre cigarros subiram 116%, por maço, entre o fim de 2006 e o fim de 2013. Como consequência direta, a venda de cigarros no país sofreu uma queda de 32% no mesmo período. Já o número de fumantes diminuiu 28%. As análises comprovaram também que a elevação na carga de impostos sobre cigarros aumentou a receita tributária advinda do setor em 113% no mesmo período.

A pesquisa foi coordenada pela Universidade de Waterloo, no Canadá, e desenvolvida em 20 países. O estudo mediu o impacto psicossocial e comportamental das principais medidas da Convenção-Quadro da Organização Mundial da Saúde para o Controle do Tabaco.



O representante interino da Organização Pan-americana de Saúde (Opas) no Brasil, Oscar Soriano, destacou que o tabaco é a principal causa de morte que se pode prevenir no mundo. Segundo ele, um em cada dez adultos morre em razão do tabaco. ;Todos os esforços feitos pela Opas estão dando certo, mais ainda temos muito trabalho;, disse.

A secretária executiva da Comissão Nacional de Implementação da Convenção-Quadro, Tânia Cavalcante, avaliou que o Brasil vive um momento ímpar em relação a políticas de combate ao tabaco. ;Isso mostra que trabalhar em coalisão, em aliança, em parceria é um importante antídoto para a questão do tabagismo.;

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, lembrou que os avanços devem ser reconhecidos e preservados, mas ressaltou desafios como a regulamentação da lei que trata de ambientes livres de tabaco e da propaganda de cigarros.

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