Rodolfo Costa
postado em 08/06/2014 11:53
Nem os reis da estabilidade escapam do perrengue. Os servidores públicos, com salário garantido todo mês, nunca dependeram tanto dos empréstimos consignados ; aqueles descontados diretamente no contracheque ; para arcar com os compromissos financeiros. O saldo devedor dessas dívidas está em R$ 143,1 bilhões, recorde registrado pelo Banco Central. O montante supera em quase oito vezes o total de recursos destinados aos trabalhadores da iniciativa privada.
A dívida dos servidores com os bancos tem aumentado numa velocidade bem maior do que a de quem não trabalha para o Estado: no último ano, cresceu quase o dobro. Com mais crédito disponível, os funcionários públicos têm demorado mais para quitar os débitos. Em média, o tempo de endividamento chega a cinco anos e meio (67,2 meses) ; o maior da história, também de acordo com o BC ;, contra três anos e meio (42,5 meses) dos consignados do setor privado.
A busca dos servidores por crédito para pagar as contas, analisa o consultor Alexandre Ayres, sócio da Neocom Informação Aplicada, é o clássico exemplo da crise pelo endividamento. ;Entre essas pessoas, há muita gente considerada rica, mas que acabou comprometendo até 90% da renda com financiamentos;, conta. Com a disparada dos juros, quem se curvou aos consignados agora se vê atordoado. ;Pode até ter estabilidade, mas não há mais sobra de dinheiro;, acrescenta. Ele ressalta ainda que, além dos empréstimos com desconto em folha, os funcionários públicos têm pesadas dívidas no cartão de crédito, no cheque especial, com carros e a casa própria.
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