Jornal Correio Braziliense

Economia

FMI pede adoção de medidas urgentes para evitar nova crise imobiliária

Os preços das habitações estão acima da média histórica em países como Filipinas, China, Brasil, Austrália, Bélgica, o Canadá, Reino Unido, a Noruega e Suécia

O Fundo Monetário Internacional (FMI) apelou nesta quinta-feira (12/6) à adoção de medidas urgentes para evitar nova crise imobiliária, já que os preços estão acima da média histórica em muitos países, sobretudo em emergentes como as Filipinas, a China e o Brasil.

;As ferramentas para conter os preços da habitação ainda estão sendo desenvolvidas, mas isso não é desculpa para a inércia. Os preços das casas em muito países continuam muito acima da média histórica;, disse o diretor adjunto do FMI, Min Zhu.

A advertência foi feita por Min Zhu em discurso, na semana passada, no Bundesbank (o Banco Central alemão), e que foi publicado agora pelo FMI em seu portal na internet. Para a organização, o aumento do preço das casas a partir de níveis já elevados representa uma das maiores ameaças à estabilidade da economia global.



"A habitação é um setor essencial da economia, contudo, também é uma fonte de vulnerabilidades e crises. Portanto, ainda que a recente recuperação dos mercados imobiliários seja um bom passo, devemos permanecer atentos para evitar um novo boom insustentável", observou Min Zhu.

Segundo dados do FMI, o preço das habitações tem crescido mais rapidamente em mercados emergentes. São citados como exemplos os casos das Filipinas (com aumentos de 10% em relação ao ano anterior), da China (9%) e do Brasil (7%).

Com a recessão global, os bancos centrais reduziram as taxas de juro para mínimos históricos, o que elevou os preços das casas para níveis que, segundo o FMI, representam risco significativo para economias tão distintas como as de Hong Kong ou de Israel. Os preços das habitações estão também acima da sua média histórica em países como a Austrália, Bélgica, o Canadá, Reino Unido, a Noruega e Suécia. Nos países do Sul da Europa mais afetados pela crise verifica-se o cenário contrário: ou seja, queda no preço das habitações.