postado em 19/06/2014 19:30
A ameaça de uma nova moratória da dívida argentina repercutiu nesta quinta-feira (19/6) na Bolsa de Valores do país, provocando uma queda de 4,3% do Índice Merval (o principal índice da bolsa argentina). A desconfiança do mercado deve-se as informações desencontradas de funcionários do governo argentino, advogados e do juiz Thomas Griesa de Nova York, que deu sentença favorável a uma minora de credores, que não aderiu aos pacotes de reestruturação da dívida, feitas depois do calote de 2001.
Na noite de quarta-feira o Ministério da Economia da Argentina divulgou uma nota dizendo que a decisão de Griesa ;impossibilita o pagamento, em Nova York, do próximo vencimento da dívida reestruturada e mostra falta de vontade de negociar com condições diferentes;. No dia 30 de junho, a Argentina deveria pagar US$ 900 milhões, em Nova York, aos credores que aceitaram o desconto de 60% proposto pelo governo nos pacotes de reestruturação da divida de 2005 e 2010.
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A Argentina tem o dinheiro mas a sentença de Griesa determina que o governo argentino só pode pagar esses US$ 900 milhões e, no mesmo dia, pagar US$ 1,3 bilhão a minoria que não aceitou os pacotes de reestruturação. ;Se o governo não cumprir a sentença e depositar apenas US$ 900 milhões, esse dinheiro será embargado para pagar os credores que ganharam na justiça;, explicou a Agência Brasil o economista Fausto Spotorno.
Na terça-feira à noite, ao saber que a sentença de Griesa seria implementada, o ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, disse que enviaria uma comitiva de advogados para falar com o juiz. Também mencionou a possibilidade de a Argentina negociar com os credores que aceitaram renegociar trocar seus títulos por outros, que seriam pagos na Argentina e sujeitos, portanto, à lei local. Desta forma, evitaria o embargo.
Griesa reagiu dizendo que essa opção e inviável porque com isso a Argentina estaria ;evadindo; a decisão da justiça norte-americana. ;Passar títulos de uma jurisdição à outra não é tão simples quanto parece: envolve bancos e muitos deles norte-americanos, que não querem ser acusados de descumprir uma ordem judicial;, explicou Sportorno.
Griesa também questionou a boa vontade do governo argentino de honrar seus compromissos, citando a discurso da presidenta Cristina Kirchner. Ela assegurou que iria pagar a dívida reestruturada, mas alertou que não iria se submeter a ;extorsão; da minoria de credores. O motivo, explicou, o grupo favorecido pela sentença de Griesa não e o único que entrou na justiça: outros fizeram o mesmo e se todos ganharem a Argentina terá que desembolsar US$ 15 bilhões (metade das reservas do Banco Central, o que seria inviável).
Hoje de manhã o chefe de gabinete da presidência, Jorge Capitanich, voltou atrás no anúncio feito por Kicillof na terça-feira. ;Não há delegação ou missão viajando para os Estados Unidos;, disse. Economistas, como Fausto Spotorno, dizem que existe ainda esperança de uma solução negociada: o governo pode pagar aos ;fundos abutres; com novos títulos da dívida (sem desconto). Na Argentina e nos Estados Unidos, políticos do governo e da oposição respaldaram a ;vontade de pagar; manifestada pela presidenta Cristina Kirchner.
;A ninguém interessa uma nova moratória, mas a negociação é delicada, tem muitas complicações legais e tampouco pode ser feita através de trocas de farpas na imprensa;, disse Spotorno.
Na noite de quarta-feira o Ministério da Economia da Argentina divulgou uma nota dizendo que a decisão de Griesa ;impossibilita o pagamento, em Nova York, do próximo vencimento da dívida reestruturada e mostra falta de vontade de negociar com condições diferentes;. No dia 30 de junho, a Argentina deveria pagar US$ 900 milhões, em Nova York, aos credores que aceitaram o desconto de 60% proposto pelo governo nos pacotes de reestruturação da divida de 2005 e 2010.
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A Argentina tem o dinheiro mas a sentença de Griesa determina que o governo argentino só pode pagar esses US$ 900 milhões e, no mesmo dia, pagar US$ 1,3 bilhão a minoria que não aceitou os pacotes de reestruturação. ;Se o governo não cumprir a sentença e depositar apenas US$ 900 milhões, esse dinheiro será embargado para pagar os credores que ganharam na justiça;, explicou a Agência Brasil o economista Fausto Spotorno.
Na terça-feira à noite, ao saber que a sentença de Griesa seria implementada, o ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, disse que enviaria uma comitiva de advogados para falar com o juiz. Também mencionou a possibilidade de a Argentina negociar com os credores que aceitaram renegociar trocar seus títulos por outros, que seriam pagos na Argentina e sujeitos, portanto, à lei local. Desta forma, evitaria o embargo.
Griesa reagiu dizendo que essa opção e inviável porque com isso a Argentina estaria ;evadindo; a decisão da justiça norte-americana. ;Passar títulos de uma jurisdição à outra não é tão simples quanto parece: envolve bancos e muitos deles norte-americanos, que não querem ser acusados de descumprir uma ordem judicial;, explicou Sportorno.
Griesa também questionou a boa vontade do governo argentino de honrar seus compromissos, citando a discurso da presidenta Cristina Kirchner. Ela assegurou que iria pagar a dívida reestruturada, mas alertou que não iria se submeter a ;extorsão; da minoria de credores. O motivo, explicou, o grupo favorecido pela sentença de Griesa não e o único que entrou na justiça: outros fizeram o mesmo e se todos ganharem a Argentina terá que desembolsar US$ 15 bilhões (metade das reservas do Banco Central, o que seria inviável).
Hoje de manhã o chefe de gabinete da presidência, Jorge Capitanich, voltou atrás no anúncio feito por Kicillof na terça-feira. ;Não há delegação ou missão viajando para os Estados Unidos;, disse. Economistas, como Fausto Spotorno, dizem que existe ainda esperança de uma solução negociada: o governo pode pagar aos ;fundos abutres; com novos títulos da dívida (sem desconto). Na Argentina e nos Estados Unidos, políticos do governo e da oposição respaldaram a ;vontade de pagar; manifestada pela presidenta Cristina Kirchner.
;A ninguém interessa uma nova moratória, mas a negociação é delicada, tem muitas complicações legais e tampouco pode ser feita através de trocas de farpas na imprensa;, disse Spotorno.