Economia

Violência no Iraque e desvalorização elevam preços das commodities

Os investimentos em ouro cresceram com as preocupações relativas ao Iraque. A prata teve o maior pico em três meses. O ouro teve a maior alta em dois meses

Agência France-Presse
postado em 20/06/2014 18:43
Os preços do petróleo bruto e dos metais subiram nesta semana com a escalada da violência no Iraque, com a desvalorização do dólar e com as projeções de crescimento na China.

Petróleo

O Brent do Mar do Norte bateu o maior recorde em nove meses, com a preocupação dos investidores em relação à produção no Iraque. "Os ganhos desta semana resultaram do cerco à maior refinaria de petróleo do Iraque, Baiji", afirmou Dorian Lucas, analista da consultoria Inenco.

"Mesmo com o cerco à refinaria de Baiji, não houve interrupção nas exportações, já que a produção é destinada ao consumo interno", lembrou. Na quinta-feira, o Brent chegou aos 115,71 dólares o barril -- o mais alto preço registrado desde setembro.

[SAIBAMAIS]Nesta sexta-feira, o Brent do Mar do Norte para entrega em agosto fechou a 114,81 dólares o barril. Na semana anterior, o barril para em julho era cotado a 113,29 dólares. Na New York Mercantile Exchange, o "light sweet crude" para julho subiu para 107,26 dólares o barril em comparação com os 106,64 dólares na semana passada. A crise abalou o mercado global de petróleo porque o Iraque é o segundo maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo(Opep), com uma produção de 3,4 milhões de barris por dia.

Metais preciosos

Os investimentos em ouro cresceram com as preocupações relativas ao Iraque. A prata teve o maior pico em três meses, sendo negociada a 20,98 dólares a onça nesta sexta-feira. O ouro teve a maior alta em dois meses, a 1.322,41 dólares a onça na quinta-feira. Os metais preciosos foram beneficiados pela desvalorização do dólar em relação às demais divisas, depois de a diretora do Federal Reserve, Janet Yellen, ter afirmado na quarta-feira que a economia dos Estados Unidos tem mostrado melhora em relação ao primeiro trimestre, quando verificou-se uma retração econômica.



"Janet Yellen deu uma declaração equilibrada e que foi favorável ao ouro", consideram os analistas do banco francês Natixis. Além disso, "a instabilidade no Iraque suscita preocupações sobre uma guerra que possa abalar o abastecimento de petróleo, e, com isso, o ouro aparece com refúgio seguro para os investidores", acrescenta o banco em nota para os clientes.

Nesta sexta-feira, no London Bullion Market, o preço do ouro subiu para 1.312,50 dólares a onça em comparação com os 1.273 dólares da semana passada. No London Platinum and Palladium Market, a platina avançou para 1.456 dólares a onça, de 1.437 dólares na semana anterior. O paládio também teve alta, sendo cotado a 829 dólares a onça em comparação com os 816 dólares da última semana.

Metais industriais

Os preços dos metais de base também estão em alta, com destaque para o zinco, que atingiu sua maior alta em 16 meses, negociado a 2.179 dólares a tonelada na sexta-feira, em comparação aos 2.083 da semana passada. Os preços dos metais industriais em geral se sustentaram pela desvalorização do dólar e pelas projeções de crescimento da economia chinesa, grande consumidora desse tipo de commodity.

Na sexta-feira, no London Metal Exchange, a cotação do cobre para entrega em três meses avançou para 6.779,75 dólares a tonelada, em comparação aos 6.649,75 dólares da semana anterior. O alumínio para entrega no mesmo período subiu para 1.894 dólares a tonelada; o chumbo avançou para 2.146 dólares; o estanho, para 22.650 dólares; e o níquel, para 18.523 dólares a tonelada.

CAFÉ: Os preços do café diminuíram, com a cotação do Arabica registrando a maior baixa em quatro meses, a 166,55 centavos o quilo na quinta-feira. "Os preços no mercado de café continuam muito voláteis", observam analistas do Commerzbank. No ICE Futures US, o Arabica com entrega em setembro caiu para 170,50 centavos o quilo, em comparação com os 178 centavos na semana passada. No LIFFE, o Robusta para setembro caiu para 1,978 dólar por tonelada.

Açúcar

Os preços do açúcar subiram com a perspectiva de contração na oferta de Brasil e Índia. Nesta sexta-feira no LIFFE, o preço da tonelada de açúcar refinado para entrega em agosto avançou para 488,50 dólares em comparação aos 457,70 dólares da semana anterior. No ICE Futures US, o preço do açúcar sem refino fechou em 18,63 centavos o quilo, em relação a 17,60 centavos na última semana.

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