Economia

Banco Central prevê quatro anos de pibinhos e carestia

Autoridade monetária reduz, de 2% para 1,6%, a projeção de crescimento do país em 2014 e eleva a estimativa de inflação de 6,1% para 6,4%, com 46% de chances de o teto da meta ser rompido. Indústria e investimentos produtivos vão registrar queda

postado em 27/06/2014 06:00


O Banco Central (BC) traça um cenário preocupante para a economia. No último ano do governo Dilma Rousseff, o país registrará um desempenho pífio do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto a inflação, que não dá sossego às famílias, se manterá no limite da tolerância. Não por acaso, a autoridade monetária revisou as projeções para ambos os indicadores.

Agora, em vez de 2%, a expansão da economia é estimada em 1,6%. O custo de vida, anteriormente projetado em 6,1%, alcançará 6,4% em dezembro. Pior do que isso. Até o terceiro trimestre, às vésperas das eleições presidenciais, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá romper o teto da meta, de 6,5% ao ano, chegando a 6,6%. Mesmo após o resultado das urnas, a carestia continuará pesada.



O BC reconheceu que cresceram os riscos de a inflação fechar o ano acima do teto da meta, o que não ocorre desde 2003. Neste caso, o presidente do BC, Alexandre Tombini, terá de escrever uma carta ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicando os motivos pelos quais não conseguiu cumprir sua missão, de manter a carestia dentro do que foi definido, entre 2,5% e 6,5%. Em março, a probabilidade de estouro da meta era de 38%. Agora, subiu para 46%, conforme projeções do relatório trimestral de inflação, divulgado ontem.

O documento antecipa um quadro de inflação ;resistente; para os próximos trimestres, mas avalia que, mantidas as condições atuais da economia, com sinais claros de estagnação, os preços de mercadorias e serviços tendem a caminhar para o centro da meta em até dois anos ; ou seja, apenas na segunda metade de 2016. Para isso, o BC avalia que a alta da taxa básica de juros (Selic), que, durante um ano, saltou de 7,25% para 11% ao ano, tende a produzir impactos defasados sobre a inflação nos próximos meses.

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