Paulo Silva Pinto
postado em 03/07/2014 06:00
Não há pacote do governo que consiga tirar a indústria brasileira do atoleiro. Dados divulgados ontem pelos Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a produção nas fábricas registrou, em maio, o terceiro tombo seguido. Em relação a abril, o recuo foi de 0,6%. Ante maio de 2013, retrocedeu 3,2%. A contração foi generalizada, puxada, sobretudo, pelo menor ritmo na fabricação de carros. No acumulado do ano, a indústria já caiu 1,6%. Diante desse quadro, ficaram mais fortes os indícios de que o Brasil registrou queda no Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre do ano.;A indústria caminha com dificuldade. Isso não é específico de um setor, nem algo deste momento. É um movimento que começou em outubro do ano passado;, afirmou o economista André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. Os dados frustrantes vieram em linha com as expectativas de mercado. E justificam o fato de a confiança dos empresários estarem no menor nível desde 2009, quando o Brasil mergulhou na recessão.
Embora a deterioração da indústria já esteja no radar dos investidores há meses, há motivos crescentes para preocupação. ;Um problema adicional nos resultados negativos de maio é que o movimento de retração nas fábricas foi disseminado. Atingiu 15 setores dos 24 analisados pelo IBGE, um número superior ao da última pesquisa;, notou o economista Rafael Bacciotti, da Consultoria Tendências.
O ciclo de quedas está longe do fim, apontam analistas. ;Para junho, esperamos nova retração na produção industrial;, afirmou o economista Rodrigo Miyamoto, do Itaú Unibanco. ;Os estoques na indústria voltaram a aumentar e indicam uma menor produção à frente. Dados de consumo de energia também apontam para queda. Finalmente, há o impacto negativo sobre as horas trabalhadas relacionado à Copa do Mundo;, apontou.
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