Economia

Indústria naval precisa aumentar a produtividade, diz gerente da Petrobras

Para a gerente da estatal, a nova indústria naval tem que se abrir para o mundo

postado em 03/07/2014 16:56
Depois da construção de estaleiros em estados de norte a sul do país, o desafio da indústria naval é manter a revitalização do setor, com mais previsibilidade e ganhos na produtividade, de acordo com a gerente executiva de Exploração e Produção da Petrobras, Cristina Pinho.

;A produtividade da indústria naval ainda está aquém daquilo que a gente precisa. Ainda temos atrasos significativos na entrega das unidades e ainda temos o que desenvolver em relação a alguns tipos de embarcações;, destacou nesta quinta-feira (3/7), durante palestra no seminário Rio Conferences, que teve como tema o setor de petróleo e gás, no Museu de Arte do Rio (MAR).

Para a gerente da estatal, a nova indústria naval tem que se abrir para o mundo. Além disso, segundo ela, o setor ainda precisa de estaleiros para reparos das embarcações. ;Nós temos poucos estaleiros de reparos. Ainda temos problemas sérios que afetam a produção da Petrobras quando a gente tem que botar os barcos para passar por reparos fora do país ou em estaleiros longe do Rio de Janeiro;, explicou.

Cristina Pinho destacou também que, além de fabricar as embarcações, o setor precisa ter empresas com capacidade de prestar serviços de manutenção e suporte técnico. ;Isso também traz uma riqueza grande para o estado e para o Brasil. Gera emprego muito fortemente;, analisou.



Segundo a gerente, a falta de infraestrutura de suporte à indústria naval ainda é um gargalo que não tem sido respondido a tempo pela iniciativa privada. ;Infraestrutura com a iniciativa privada é um desafio enorme. Eu entro com a demanda, mas a resposta da inciativa privada ainda está muito lenta por uma série de questões: é muito dinheiro, são muitas licenças, são muitos constrangimentos. É a regulação, não estou dizendo que é certa ou errada, mas o processo é lento. Aeroporto, porto, base e dragagem ainda são problemas sérios de ser ultrapassados na indústria e nós precisamos muito disso;, avaliou.

Um exemplo, segundo ela, é o Porto do Rio, que tem uma ;vocação espetacular; para atender ao pré-sal, mas não tem sistema de dragagem. ;A Petrobras precisa do Porto do Rio e muito;, comentou, chamando atenção ainda para a falta de profissionais de gestão mais experientes. ;As pessoas mais velhas se aposentaram e não deu tempo de formar gestores de projetos experientes. E na indústria de óleo e gás não tivemos como manter os profissionais sênior conosco. Talvez tenha faltado um pouco de habilidade para mantê-los enquanto formávamos os mais novos;, disse.

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