Rosana Hessel
postado em 09/07/2014 06:08
A fragilidade da economia brasileira está refletida na fraca participação do país no comércio exterior. A indústria nacional patina e não consegue ser competitiva no mercado externo. O país está longe de se tornar uma Venezuela, que importa quase tudo o que consome, mas a falta de uma estratégia consistente por parte do governo e das empresas tem condenado a balança comercial a caminhar para um deficit anual, pela primeira vez desde 2000.
A participação da indústria nas exportações brasileiras encolheu nos últimos 20 anos. Em 1994, os embarques de produtos manufaturados representavam 57,3% das nossas vendas para o resto do mundo. As de semimanufaturados eram 15,8%, e os básicos, 25,4%. No acumulado de janeiro a maio deste ano, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), os básicos têm maior presença: 50,3%. Já os manufaturados detêm 34,8% do bolo, os semis, 12,2%.
A perda da competitividade da indústria nacional se agravou nos últimos anos com o aumento do custo de vida e dos juros. ;Para uma economia que tem mais inflação que o resto do mundo, quanto maior o volume de produtos comercializáveis, maior a tendência de convergir para a inflação global. A abertura ajudaria muito na redução da carestia, e, sobretudo, no controle das contas públicas;, explica o economista Pérsio Arida.
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