Uma onda desenfreada de contratações de comissionados tomou conta da Vale, estatal que se tornou mais conhecida pelo envolvimento em irregularidades do que por sua função básica: a construção de ferrovias. Apesar de o plano de cargos e salários determinar que são necessários apenas 26 postos de livre provimento para atender as necessidades da empresa, a diretoria executiva decidiu implantar um trem da alegria para acomodar apadrinhados políticos e já contratou 170 comissionados.
As limitações para o preenchimento de cargos em comissão foram definidas em documento editado em dezembro de 2012. Um mês depois, porém, a Valec já havia aberto 93 vagas. No ano passado, depois de uma pressão, reduziu o número de comissionados e chamou 260 servidores efetivos, que haviam sido aprovados no último concurso realizado pela companhia. De janeiro a maio de 2014, no entanto, a estatal voltou a nomear apadrinhados. Foram 53 no período, quando sete concursados foram convocados.
Por meio de nota, a estatal afirmou que as nomeações de comissionados acima do previsto em seu estatuto são regulares, e que a criação dos 93 cargos no fim de 2012 fez parte de seu processo de ;reestruturação;. Justificou ainda que as contratações decorreram do aumento da carga de trabalho, devido ao programa de concessões de ferrovias à iniciativa privada determinado pela presidente Dilma Rousseff.
Segundo o Ministério do Planejamento, realmente houve necessidade de se reforçar o quadro de pessoal da Valec, devido ao programa de privatização de ferrovias, que, por sinal, está empacado. Mas o órgão responsável pela gestão da folha de pagamento do governo federal assinalou que autorizou somente 29 vagas temporárias para comissionados, além das 26 previstas em estatuto, conforme ofício de 10 de janeiro de 2014.
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