postado em 10/07/2014 06:06
A saída da Seleção brasileira da disputa pela Copa do Mundo, após a humilhante derrota para a Alemanha, colocará novamente em evidência as mazelas econômicas vividas pelo país, como a baixa taxa de crescimento e a inflação elevada ; um cenário desfavorável para as pretensões da presidente Dilma Rousseff de conseguir um novo mandato nas eleições de outubro. Para o economista-chefe da consultoria britânica Capital Economics, Neil Shearing, a carestia, que acumulou variação anual de 6,52% até junho, rompendo o teto da meta do governo, será o fiel da balança no pleito. Se ela continuar alta, aumentam as chances de Dilma não conseguir se reeleger.
;Após a queda acentuada da popularidade no início do ano, o sucesso da presidente dependerá da capacidade dela de atrair o apoio dos eleitores indecisos. ;E isso não será ajudado em nada pelo aumento da inflação dos últimos meses;, destacou Shearing. Entre outros fatores, os preços têm sido pressionados pela alta das cotações do dólar. Ontem, no entanto, a moeda norte-americana ficou estável. Num mercado esvaziado pelo feriado da Revolução Constitucionalista, em São Paulo, a divisa ficou estável, cotada a R$ 2,212 para a venda.
Para o diário britânico Financial Times (FT), um dos mais influentes periódicos de economia do mundo, o duro revés da equipe brasileira marca, simbolicamente, o fim do período de boom econômico que o país viveu nos últimos anos. Em matéria publicada na edição de ontem, o jornal diz que, em termos estritamente esportivos, a derrota mostra que o futebol brasileiro foi ultrapassado, em termos táticos, por nações europeias, a exemplo da própria Alemanha. Num plano mais geral, é um sinal de que o país deve passar por mudanças também em outros campos, como na economia.
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