Agência France-Presse
postado em 11/07/2014 18:43
Londres - Os preços do ouro registraram nova alta nesta semana, batendo o recorde de quatro meses, com investidores buscando ativos seguros em contexto de dados econômicos fracos na zona do euro e de temores relativos a um contágio pelos problemas do maior banco português, avaliam os negociadores.Os mercados de petróleo, por outro lado, tiveram perdas pela terceira semana consecutiva, com preços pressionados pelo alívio nas tensões sobre a oferta da Líbia e do Iraque.
Metais preciosos: O ouro teve alta em consequência da queda das ações europeias, dos dados fracos da indústria da zona do euro e das notícias de crise do maior banco de Portugal. O preço do ouro chegou a 1.345,46 dólares a onça na quinta-feira, maior valor desde 13 de março. A prata também avançou, cotada a 21,57 dólares a onça.
"Com os dados ruins da zona do euro e os rumores sobre o sistema bancário português, os negociadores perdem o apetite pelo risco", disse Daniel Sugarman, analista da ETX Capital.
Durante a semana, o paládio registrou a maior alta de 13 anos, a 877 dólares a onça. Nesta sexta-feira, no London Bullion Market, o preço do ouro subiu 1.335 dólares a onça, em comparação aos 1.319,25 dólares da semana anterior. A prata também avançou, para 21,41 dólares.
No London Platinum and Palladium Market, a platina subiu para 1.506 dólares a onça em relação aos 1.503 dólares da semana passada. O paládio foi cotado a 867 dólares a onça, um dólar mais caro do que na sexta-feira anterior.
Metais industriais: Os preços dos metais industriais divergiram nesta semana. Os dados chineses favoreceram a realização de lucros, mas, ao mesmo tempo, o zinco bateu o maior recorde em três anos, a 2.318,50 dólares.
Nesta sexta-feira, na London Metal Exchange, o cobre para entrega em três meses caiu para 7.125 dólares a tonelada. O alumínio, com entrega para o mesmo prazo, apresentou alta, a 1.934 dólares a tonelada e o chumbo para 2.194,50 dólares. O estanho recuou, para 2.180 dólares; assim como o níquel, negociado a 19.163 a tonelada. O zinco foi cotado a 2.287 a tonelada, em comparação aos 2.236 dólares na semana anterior
Petróleo em queda
Petróleo: Os preços globais do petróleo sofreram queda acentuada com o alívio das tensões relativas à oferta de cru do Oriente Médio, dizem os analistas. Sanjeev Gupta, da EY, explicou que os preços foram pressionados pela retomada das exportações da Líbia para o mercado mundial.
O Brent teve queda superior a 4 dólares desde 3 de julho, após o primeiro-ministro interino Abdullah Al-Thani ter declarado que as autoridades reconquistaram o controle de dois terminais de exportação que haviam sido bloqueados pelos rebeldes, o que pode representar um acréscimo de 500 mil barris por dia no mercado de energia global, informam os analistas.
O fato de os conflitos no Iraque não afetarem a produção de cru no sul do país também gera impacto nos preços. "O fato de, nas últimas semanas, as exportações de petróleo no sul do Iraque continuarem a salvo da violência no norte contribuiu para o recuo nos preços", acrescenta Gupta.
O Iraque é o segundo maior produtor da Opep, com 3,4 milhões de barris por dia e com mais de 11% do total de reservas conhecidas no mundo.
Nesta sexta-feira, no London;s Intercontinental Exchange, o Brent do Mar do Norte para entrega em agosto caiu para 106,99 dólares o barril em relação aos 110,87 dólares da semana anterior. Na New York Mercantile Exchange, o "light sweet crude" com entrega para o mesmo período recuou para os 101,35 dólares o barril. Na semana o barril era cotado a 103,90 dólares.
Ampla oferta de açúcar
Açúcar: O mercado de açúcar tem recuado diante da ampla oferta do produto. "Os preços baixos refletem o grande abastecimento global, mas com o mercado em equilíbrio deve-se alcançar um piso em breve", analisa o Ecobank.
Nesta sexta-feira, no LIFFE, o preço da tonelada de açúcar refinado para entrega em outubro chegou a 457,10 dólares. Na semana passada, a commodity era negociada a 469,40 dólares.
No ICE Futures US, o preço do açúcar sem refino para entrega no mesmo prazo caiu para 17,16 centavos de dólar o quilo, em comparação aos 17,81 centavos na semana anterior.