postado em 15/07/2014 08:41
Após provocar nervosismo nos mercados financeiros e derrubar bolsas na semana passada, os desdobramentos da fusão entre a Portugal Telecom (PT) e o Grupo Oi têm hoje um dia decisivo, com o vencimento do prazo para que a PT receba de volta o equivalente a R$ 2,7 bilhões de um socorro feito em abril à Rioforte, unidade do Grupo Espírito Santo, um de seus acionistas. Com ou sem o pagamento, acreditam analistas, as turbulências em torno do negócio mantêm os investidores desconfiados.
Em outubro do ano passado, as duas empresas de telecomunicações assinaram memorando para a criação da CorpCo, resultado da fusão. O acordo, apesar de ter ficado na berlinda nos últimos dias, dificilmente não vingará. A sociedade, no entanto, tende a se consolidar num ambiente de atrito entre executivos, que extrapolou o ambiente corporativo. O enredo trouxe à tona a delicada situação financeira do Banco Espírito Santo (BES), braço financeiro do grupo que precisou da ajuda da PT, e maior entidade bancária de Portugal.
Autoridades portuguesas descartaram a necessidade de uma operação de resgate do império familiar português e disseram que o sistema bancário do país está sob controle. ;O discurso positivo não muda nada. Claro que existe o risco (de complicações maiores). Ocorre que oficialmente, neste momento, ninguém seria capaz de reconhecer isso;, comenta Lucas Marins, analista da Ativa Corretora.
Há a possibilidade de o empréstimo ser pago nesta terça-feira, mas pode acontecer de a dívida se arrastar ou de a PT ter de assumir o prejuízo e, mesmo sem o dinheiro, se apresentar para a fusão com a Oi. ;Ainda que o problema seja resolvido amanhã (hoje), a nova empresa não conseguirá se livrar desse histórico;, argumenta Marins. A falta de transparência nas transações da PT, sublinha ele, foram responsáveis por derrubar as ações da Oi no Brasil e tende a continuar afetando o desempenho dos papéis após a fusão.
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