postado em 16/07/2014 08:25
Para salvar a fusão com a Oi, a Portugal Telecom (PT) dará parte de seus ativos como garantia à operação. A decisão foi tomada depois que a RioForte, do grupo Espirito Santo, não conseguiu honrar ontem parte de uma dívida de R$ 2,7 bilhões (897 milhões de euros) com a telefônica portuguesa. Durante toda a terça-feira, o clima foi marcado por muita tensão. Os investidores temiam pelo fim da união entre a empresa brasileira e a PT, o que provocaria uma revolução no mercado telefônico do Brasil.Sócios, banqueiros e advogados das duas companhias estão em Portugal para tentar abafar os atritos corporativos, amenizar as pendências financeiras e, assim, acalmar os ânimos do mercado. A possibilidade de um calote protagonizado pela RioForte revelou a delicada situação financeira do império construído pela família Espirito Santo, dona do maior banco daquele país. O caso não apenas balançou a fusão com a Oi, acordada em outubro do ano passado, como acendeu um alerta na Zona do Euro.
Não à toa, o presidente do Banco Central de Portugal, Carlos Costa, voltou a dizer ontem, a uma rede de televisão do país, que o Banco Espirito Santo (BES) é uma instituição sólida. ;O BES está capitalizado, tem capital para fazer face aos riscos com os quais está confrontado;, sustentou. O recém-empossado presidente do BES, Vítor Bento, tentou engrossar o discurso otimista e afirmou que a prioridade é acabar com a especulação e reconquistar a confiança dos mercados.
Por ora, os investidores não se sensibilizaram. Mais uma vez, o valor das ações da Oi, no Brasil, e da PT e do BES, em Lisboa, caíram. No mercado de telecomunicações, já é dado como certo um adiamento da criação da multinacional CorpCo, resultado da fusão, prevista para outubro deste ano. ;Os executivos da Oi estão desesperados. É como você comprar um carro de luxo e, na hora de assinar o contrato, descobrir que um motor quebrou. Muda tudo;, compara uma fonte do mercado, para quem o processo de fusão entre Oi e PT terá de ser repensado.
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