postado em 18/07/2014 07:00
A ameaça de recessão voltou a rondar o país. Mesmo com o Banco Central (BC) tendo interrompido a escalada dos juros para tentar salvar o crescimento no último ano do governo Dilma Rousseff, dados divulgados ontem pela instituição não deixam espaço para otimismo. Em maio, o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-BR), considerado um termômetro do Produto Interno Bruto (PIB), encolheu 0,18%, na série com ajuste sazonal. Em outra comparação, sem ajuste, a queda foi bem mais intensa: 1,59%. Nos dois cenários, foi o pior resultado de 2014, o que alimenta o pessimismo sobre os números do PIB do segundo trimestre, que serão divulgados no fim de agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Para analistas, não há dúvida de que a economia afundou em maio. O mesmo pode ter acontecido em junho, já que dados preliminares reforçam a expectativa de retração ainda mais intensa da atividade. Em cinco meses, o IBC-BR registrou variação positiva mais consistente apenas em janeiro, com alta de 1,14%. Entre fevereiro e abril, o indicador ficou praticamente estagnado, com duas leves altas, em março e abril, e duas quedas fortes, em fevereiro e maio. No ano, o indicador ainda apresenta elevação de 0,7% ; sobretudo por causa do bom resultado de janeiro. Sem ele, haveria queda de 0,18%.
Poderia ser ainda pior, segundo o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito. Ele chamou a atenção para o ;surpreendente; resultado do varejo, que ajudou a evitar uma piora ainda mais intensa do IBC-BR de maio. ;O mercado projetava queda de 0,1% nas vendas do comércio, mas houve elevação de 0,5%, sobretudo por conta do Dias das Mães e da venda de televisores para a Copa do Mundo;, disse ele.
Contudo, o bom desempenho do comércio deve parar por aí, disse o diretor do Grupo de Pesquisas Econômicas para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos. ;Para junho, a tendência é de contração tanto das vendas do setor varejista quanto da produção industrial, o que deve provocar declínio do PIB no segundo trimestre;, observou. Nos primeiros três meses de 2014, o país cresceu apenas 0,2%.
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