Antonio Temóteo
postado em 30/07/2014 09:04
Os empréstimos concedidos às distribuidoras de energia terão um impacto de oito pontos percentuais nas contas de luz no próximo ano, estimou o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino. Esse aumento leva em conta os financiamentos feitos pelas companhias para pagar a compra energia no mercado à vista, mais cara em razão da escassez de chuvas e da consequente ativação generalizada e prolongada de termelétricas.Para fazer essa estimativa, Rufino levou em consideração o empréstimo de R$ 11,2 bilhões intermediado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e outro de R$ 6,5 bilhões, que está sendo negociado pelo governo. Entretanto, ele detalhou que essa estimativa pode mudar se voltar a chover, e o uso de termelétricas diminuir. Do contrário, a tendência é encarecer ainda mais.
O presidente da Aneel ainda relembrou que, com o vencimento das concessões das geradoras Cemig (MG), da Cesp (SP) e da Copel (PR), em janeiro e julho de 2015, o custo da energia tende a diminuir e até compensar o impacto financeiro dos empréstimos para algumas distribuidoras. ;O reajuste baliza um conjunto de fatores;, ressaltou. Nas contas da Safira Energia, o aumento nas contas de luz chegará a 25% com os dois empréstimos em 2015. Entretanto, a consultoria não descartou revisar esse percentual para cima ou para baixo, uma vez que o governo pode evitar grandes reajustes que terão impacto significativo na inflação. Para o diretor-geral da CMU Comercializadora, Walter Froes, o maior ou menor uso de termelétricas terá um peso fundamental nessa conta. ;No fim, sempre sobra para o consumidor;, previu.
Adiamento
A diretoria da Aneel também aprovou ontem que o pagamento das operações de compra de energia no mercado de curto prazo, no valor de R$ 1,31 bilhões, seja feito pelas distribuidoras somente em 28 de agosto. Com esse adiamento, o governo ganha tempo para negociar as condições para o novo finaciamento de R$ 6,5 bilhões. Desse total, R$ 3 bilhões devem ser repassados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O restante será emprestado por outras instituições financeiras que querem uma taxa de juros maior.
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