Rosana Hessel
postado em 13/08/2014 06:03
O governo jogou a toalha e já admite, nos bastidores, que não conseguirá cumprir a meta de economizar o equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), ou R$ 99 bilhões, nas contas públicas em 2014. O saldo positivo, ou superavit primário, é necessário para garantir o pagamento dos juros e evitar o crescimento da dívida. Mas, segundo fontes ouvidas pelo Correio, apesar de todas as promessas feitas nos últimos meses pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, o resultado deverá ficar próximo de 1% do PIB, bem abaixo do objetivo traçado no início do ano.
[SAIBAMAIS]O cumprimento da meta deve ser frustrado porque o governo não consegue controlar suas despesas, e, além disso, o baixo crescimento da atividade econômica está prejudicando as receitas. Por isso, as projeções poderão ser revistas, sobretudo se a licitação dos canais de telefonia 4G não ocorrer até novembro. ;Estamos trabalhando para acelerar o leilão. Sem ele, será difícil alcançar a meta;, admitiu uma fonte do governo. Na semana passada, o Tribunal de Contas da União (TCU) adiou a publicação do edital, aumentando as dívidas de que a operação ocorrerá ainda este ano. A expectativa de arrecadação com a outorga, que era de R$ 15 bilhões, foi reduzida para R$ 8 bilhões.
No início do ano, quando anunciou os resultados fiscais de 2013, Mantega apressou-se a dizer que o governo federal havia cumprido integralmente sua parte na meta de superavit, o que, segundo ele, deveria contribuir para ;acalmar os nervosinhos;, uma referência aos analistas do mercado financeiro que criticavam o desempenho da equipa econômica. Em fevereiro, ao lado da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, ele anunciou um corte orçamentário de R$ 44 bilhões e assumiu o compromisso de alcançar um superavit de 1,9% do PIB em 2014.
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