Economia

Temer quer fortalecer política público-privada para setor metroferroviário

O vice-presidente ressaltou que os investimentos em ferrovias tornará a nação mais competitiva no mercado externo e interno

Rodolfo Costa
postado em 21/08/2014 21:00

O setor metroferroviário ganhou mais uma conquista nesta quinta-feira (21/8). No último dia do Seminário VI Brasil nos Trilhos, o vice-presidente da República, Michel Temer, em representação à presidente Dilma Rousseff, destacou que o Governo Federal prestigia a iniciativa particular e não se opõe ao lucro dos empresários. Ele recebeu a agenda com as reivindicações dos operadores para os próximos quatro anos e prometeu ampliar os investimentos em ferrovias no país com uma política público-privada. Os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB), entretanto, não participaram, nem enviaram representantes para o evento.

;O Brasil está sendo colocado nos trilhos;, disse Temer no início do discurso. Ele ressaltou que os investimentos em ferrovias tornará a nação mais competitiva no mercado externo e interno. ;Precisamos diminuir os custos de exportação e os preços que chegam ao nosso consumidor final. Queremos ter uma cadeia mais competitiva e tarifas mais acessíveis. Com um trabalho de eficiência e qualidade, poderemos ligar, efetivamente, todas as extremidades do país;, afirmou. Na avaliação dele, um empreendedorismo forte no país deve gerar lucro para investidores e, consequentemente, emprego.

Temer garantiu que um dos objetivos do governo é trabalhar todo o sistema de transporte sobre trilhos, de 128 mil quilômetros, juntamente com a iniciativa privada. Ele ressaltou que, em 2013, foram investidos R$ 2,7 bilhões, contra R$ 107 milhões em 2004. Para 2014, estão previstos recursos de cerca de R$ 3,3 bilhões. ;São números que mostram o interesse que o governo tem no setor. Somente neste ano, vamos terminar 450 quilômetros de ferrovias;, disse. A quantidade representa 24% do total de km produzidos de novas ferrovias no período de 11 anos.

O Seminário reuniu diversos representantes do setor metroferroviário para debater os rumos e desafios a serem enfrentados até 2020. O presidente-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Gustavo Bambini, acredita que os investimentos no setor podem construir uma malha ferroviária eficiente apta para gerar condições necessárias e integradas de cargas de produtos com os sistemas rodoviário e portuário.

;O Brasil vai crescer muito quando tivermos uma malha eficiente que interligue ferrovias aos novos portos. É preciso desafogar o porto de Santos e permitir que o escoamento de grãos também aconteça nas regiões Norte e Nordeste por trilhos;, ponderou. Ele lembra que o estado de São Paulo tende a receber cada vez mais fábricas, o que deve aumentar o gargalo já existente. Mas também destaca que outras capitais convivem com o mesmo colapso, negando haver uma competição com o modal rodoviário. ;Vai chegar uma hora que o próprio setor não terá mais condições de conseguir transportar cargas. O país necessita de uma relação de cooperação;, disse Bambini.

Concessões
A ANFT destaca que, desde quando a concessão das ferrovias para a iniciativa privada, entre 1996 e 1998, o sistema passou por um processo de revitalização após um abandono de cerca de quatro décadas. Em 17 anos, as concessionárias aplicaram mais de R$ 38 milhões em novas tecnologias, capacitação profissional, compra e reforma de locomotivas e vagões, melhora das operações ferroviárias e recuperação da malha.

Nesse período, a injeção de capital gerou um aumento de 78,5% na movimentação de cargas, crescimento de 117% na produção ferroviária, uma alta de 173% na quantidade de empregados e redução de 77% no número de acidentes. A movimentação de cargas por ferrovias passou de 253,3 milhões para 452 milhões de toneladas úteis. ;Até 2020, se tivermos um sistema interligado, acreditamos em um número de 2 bilhões de toneladas transportadas;, afirmou Bambini.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação