Rio de Janeiro ; A economia do Brasil está andando para trás. Com dois trimestres seguidos de queda do Produto Interno Bruto (PIB), o país entrou em recessão técnica, o que abala as pretensões de reeleição da presidente Dilma Rousseff e garante combustível à oposição. A atividade recuou 0,6% no segundo trimestre deste ano, divulgou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também revisou de uma alta de 0,2% para um recuo de 0,2% o desempenho dos primeiros três meses do ano. Se o governo ainda acredita que pode contornar o impacto dessa forte retração nas urnas, entre os especialistas não há mais dúvida: 2014 será um ano perdido.
[SAIBAMAIS]As projeções do mercado para o crescimento no ano foram todas revisadas para baixo: vão de zero a 0,5%. Com isso, pode-se afirmar que Dilma deixará como legado um dos piores índices de crescimento econômico em períodos democráticos. Com média anual do PIB de 1,57%, ela ficará à frente apenas de Fernando
Collor, afastado do poder por corrupção no início dos anos 1990, e de Floriano Peixoto, que comandou o país logo depois da proclamação da República, em 1889.
Pessimismo
Na avaliação de especialistas, a política econômica de Dilma afundou o país na recessão. Ao apostar numa nova matriz econômica com foco no consumo das famílias, que não tem mais fôlego para se sustentar ; cresceu minguado 0,3% no segundo trimestre ;, e adotar uma postura intervencionista, que deixou o capital em pânico, ela espalhou uma onda de pessimismo que travou os investimentos. Tanto que a chamada Formação Bruta de Capital Fixo recuou 5,3% na comparação com o primeiro trimestre de 2014 e 11,2% em relação a abril e junho de 2013.
Para quem havia prometido aumentar a taxa de investimento para 24% do PIB no fim do mandato, Dilma terá que se contentar com um recuo brutal: o indicador caiu de 19,2%, quando ela assumiu, em 2011, para 16,5%, um índice tão pífio que encontra paralelo somente em 2009, auge da crise mundial. Vários números divulgados ontem pelo IBGE só foram piores naquele período. O próprio PIB não caía por dois trimestres seguidos desde aquela época. A diferença, agora, é que, nos últimos quatro trimestres, a economia brasileira recuou em três deles.
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