Economia

Consumidor corre risco com movimento de compra de empresas de telefonia

A concentração de empresas do setor está de volta e, com ela, a ameaça de que os preços e os serviços prestados

Simone Kafruni
postado em 07/09/2014 08:00
Quando o setor de telecomunicações foi privatizado no Brasil, em 1998, o principal argumento do governo era que a medida ampliaria a competição, favorecendo os consumidores. Desde então, o acesso à telefonia foi multiplicado e o avanço da tecnologia permitiu novas formas de comunicação, como celular e transmissão de dados. Contudo, a tendência agora é inversa. A concentração de empresas do setor está de volta e, com ela, a ameaça de que os preços e os serviços prestados, que já estão entre os líderes em reclamações nos órgãos de defesa do consumidor, não sejam os melhores para os brasileiros.


Quatro grandes companhias dominam os serviços de telecomunicações no país. E movimentos recentes sinalizam que esse número pode diminuir. A GVT, do grupo francês Vivendi, está na mira da espanhola Telefónica, que já fez uma oferta de compra, e Claro, Oi e Vivo deram indícios de que pretendem adquirir e fatiar a TIM (confira na página 13).

A maioria dos especialistas ressalta que, quanto mais concentrado o mercado, menor é a concorrência, restringindo o poder de barganha do consumidor. Diminuir o número de competidores vai dar mais poder econômico aos restantes, que já investem pouco e prestam serviços de qualidade duvidosa, na opinião de Dane Avanzi, especialista no setor e vice-presidente da Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil (Aerbras).

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