postado em 07/09/2014 08:50
De sonho, o serviço público vira "bico". Com estabilidade e salário garantidos, não são poucos os que, obedecendo ou não as regras do funcionalismo, se lançam em atividades extras na intenção de aumentar a renda e ocupar o tempo fazendo o que de fato gostam. As situações, geralmente abafadas, ocorrem com mais frequência do que se imagina, e renovam, em todo o país, a discussão em torno da eficiência da gestão pública.
De 2003 até o mês passado, somente no âmbito do Poder Executivo federal, 1.289 servidores foram expulsos por motivos relacionados à falta de dedicação ao cargo. Os punidos acumularam funções ilicitamente, participaram da gerência de sociedades privadas ou, tão envolvidos em outras ocupações, passaram a encarar o funcionalismo com desleixo, abusando de atestados médicos, ausências injustificáveis e produtividade mínima.
Os exemplos de dupla jornada permeiam diferentes áreas e chamam a atenção quando a atividade privada se torna a principal. São recorrentes os casos de policiais militares que atuam como seguranças particulares nas horas vagas, de médicos tentando conciliar atendimentos em clínicas próprias e hospitais públicos, de advogados do Estado engordando a renda em cursinhos e consultorias, e de técnicos e analistas dedicando-se a comércios registrados em nome de outras pessoas.
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